O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench.) pertence à família Poaceae, tribo Androponeae, incluindo os tipos granífero, quando apresenta até 60% de grãos, forrageiros que quase não produz grãos e do tipo dupla finalidade, sacarino e vassoura, quando apresenta de 20 a 30% de grãos. O sorgo apresenta dois mecanismos de adaptação ao déficit hídrico que são: escape e tolerância. O escape através de um sistema radicular profundo e ramificado o qual é eficiente na extração de água do solo. Já a tolerância está relacionada ao nível bioquímico. Como a assimilação do nitrogênio é reduzida sob tais condições, pode-se supor que tais compostos se originam da rotatividade de proteínas. São neste contexto que as enzimas envolvidas na incorporação de amônia a compostos orgânicos, os quais podem agir como precursores para diferentes metabólitos, podem ter importante papel na sobrevivência de plantas durante estresse. Com base neste contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar o potencial hídrico, concentração de nitrato e amônio livre em plantas de sorgo submetidas à suspensão hídrica.

O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, PA, Brasil. As plantas foram submetidas a dois regimes hídricos [irrigado (controle) e déficit hídrico], no qual a simulação do déficit hídrico foi à suspensão da irrigação no período de 15 dias (estresse severo) para as plantas com 15, 45 e 75 dias após a germinação.

Os resultados mostraram uma redução do potencial hídrico de -0,3 MPa, - 0,5 MPa e -0,7MPa; - 2,4MPa, -2,7MPa e -2,9MPa; - 3,2MPa; -3,4MPa e -3,8MPa para os dois tratamentos (controle e déficit hídrico) e os três estádios fenológicos (30, 60 e 90 dias respectivamente) respectivamente. A diminuição do potencial hídrico do tecido revelou um aumento significativo nas concentrações de nitrato variou de 2,6; 4,1 e 1,2 µmoles de NO₃^-/ g MS (controle) para 6,4; 6,3 e 3,1 µmoles de NO₃^-/ g MS (déficit hídrico) para os três estádios fenológicos respectivamente. Esses resultados se devem a redução da atividade da redutase do nitrato tanto para as raízes quanto para as folhas.

A deficiência hídrica diminuiu (plantas com 30, 60 dias) e aumentou (90 dias plantas) as concentrações de amônio livre, nas plantas controle (31,80; 29,02 e 21,20) para plantas sob déficit hídrico (18,03; 9,79 e 39,07 mmol de NH₄⁺/ Kg de MS) respectivamente. A diminuição de amônio livre esta ligada a possível redução da fotossíntese e o metabolismo do nitrogênio, haja vista que, a mesma esta intimamente ligada. Entretanto, o aumento pode estar ligado às outras rotas de desaminação, fotorrespiração, catabolismo de aminoácidos.

O déficit hídrico promoveu a diminuição nas concentrações de amônio livre na fase vegetativa e de floração, enquanto que na fase de maturação fisiológica houve um aumento nas concentrações de amônio livre.

As plantas submetidas aos 15 dias de suspensão hídrica sofreram uma redução significativa nas concentrações de nitrato e o potencial hídrico dos três estádios fenológicos.