62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
AVALIAÇAO DOS INDICADORES ENTOMOLÓGICOS UTILIZADOS NO MONITORAMENTO DE Aedes (Stegomyia) aegypti, Linnaeus (1972), EM PONTOS ESTRATÉGICOS NO BAIRRO DE PEIXINHOS, OLINDA-PE.
MORGANA DO NASCIMENTO XAVIER 1
DANIELA ANASTÁCIO BANDEIRA 2
PLÍNIO PEREIRA GOMES JÚNIOR 2
CLAUDENICE PONTES 2
MÁRCIA MARCONDES 2
ROSÂNGELA MARIA RODRIGUES BARBOSA 3
1. Centro de Vigilância Ambiental de Olinda (CEVAO)-Secretaria de Saúde de Olinda.
2. Secretaria de Saúde de Olinda-Pernambuco.
3. Orientadora - Doutora do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPQAM/Fiocruz).
INTRODUÇÃO:

Os culicídeos pertencem a Ordem Diptera e possuem grande importância médica por estarem envolvidos na transmissão de agentes etiológicos de doenças para o homem (CONSOLI; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1994). Dentre seus representantes podemos destacar as espécies A. aegypti e A. albopictus que são de grande importância para a saúde pública, pois são responsáveis pela transmissão de várias arboviroses, tais como a dengue (MILLER; BALLINGER, 1988). No Brasil, apenas o A. aegypti é incriminado como transmissor da dengue, arbovirose mundialmente importante em função da circulação autóctone de três dos quatro sorotipos do vírus (FORATTINI, 1996). Registros de casos de dengue no Recife, desde 1995, caracterizam a repetição anual de surtos sempre no período de janeiro a maio e as dificuldades que estão sendo enfrentadas para impedir a intensificação da transmissão nesse período apontam a necessidade de compreender, em bases científicas, o contexto ambiental e biológico que precede estes surtos (REGIS et al., 2003). Monitoramos dez pontos estratégicos, entre fevereiro e outubro de 2009, a fim de avaliar a eficácia dos métodos utilizados para detecção precoce de A. aegypti (ovitrampas versus pesquisa larvária), baseados em índices gerados pela presença de larvas e de ovos.

 

METODOLOGIA:

Área de estudo

O município de Olinda apresenta uma área de 40,83 km2, e uma população estimada em 377.000 habitantes (IBGE, 2000). É composto por 33 bairros, agrupados em 2 Distritos Sanitários. O bairro de Peixinhos está situado no DSI e possui uma área de 2,96 Km2 totalmente urbanizada, com 16.435 imóveis entre residêncais, PEs, igrejas, escolas e comércios.

Instalação das armadilhas

Dez pontos estratégicos (PEs) foram identificados e entre os meses de fevereiro e outubro de 2009, vinte ovitrampas foram monitoradas (duas armadilhas em cada PE). As armadilhas, que consistem de um vaso de plástico preto, com capacidade para 1200 ml de água ou infusão, três palhetas afixadas em seu interior (retiradas e substituídas a cada 15 dias) e adição de 5g de larvicida (Bti- Bacillus thuringiensis israelensis - Formulação CG), foram instaladas eqüidistantemente entre si em 1,5m e do solo em 1m.

Avaliação dos Indicadores Entomológicos

Para avaliar os indicadores entomológicos fizemos uma comparação entre os valores obtidos com os índices gerados pela pesquisa larvária (índices de infestação predial e breteau) utilizada pelos agentes a cada 30 dias nos PEs versus os índices gerados pelo número de ovos coletados nas palhetas das ovitrampas (índices de densidade de ovos e de positividade da ovitrampa).

RESULTADOS:

O Índice de Positividade das Ovitrampas (IPO) encontrado foi de 100% em todos os PEs, já a taxa de densidade de ovos por ovitrampa (IDO) variou de 456,9 a 1.549,2. Quanto aos índices baseados na pesquisa larvária, nos meses de Fevereiro e Maio pode-se obsrevar Índices larvários superiores aos preconizados pelo PNCD - Programa Nacional de Controle da dengue - (> que 1% para o Índice de infestação predial e > que 5 para o Índice de Breteau) e nos demais meses os índices larvários enquadravam-se em um nível aceitável (Março, Junho e Julho) ou apresentaram-se nulos (Abril, Agosto, Setembro e Outubro).

O sucesso de programas de vigilância depende do método empregado para perceber o nível de infestação do vetor (BRAGA et al., 2000). As ovitrampas conseguem fornecer detalhes que não são constantemente observados na inspeção visual (IIP e IB), tais como a presença do vetor (fato observado nos meses de Abril, Agosto, Setembro e Outubro), o que pode comprometer a eficácia do método larvário. A percepção destes detalhes revela a sensibilidade das armadilhas de oviposição, mesmo quando estas estão instaladas em locais com baixa densidade de Aedes, podendo este método ser amplamente utilizado para monitorar populações do mosquito por longos períodos (GOMES, 1998; BRAGA; VALLE, 2007).

CONCLUSÃO:

A ovitrampa mostrou-se muito sensível e eficiente na detecção precoce de A. aegypti, revelando-se uma valiosa ferramenta no monioramento desta espécie.

 

Instituição de Fomento: Secretaria de Saúde de Olinda e Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães.
Palavras-chave: Aedes aegypti, Ovitrampas, Índices etomológicos.