62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 10. Educação Rural
OS CENÁRIOS DA ESCOLA RIBERINHA NO PARÁ - COTIJUBA AO COMBU: EXCLUSÃO E INCLUSÃO CENÁRIOS DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA.
Adriana Lima 4, 1
Daniela Castilho 4, 1
Luciane Teixeira da Silva 4, 1
Kelyton Hugo Coelho 4, 1
Eleanor Gomes da Silva Palhano 2, 1, 3, 5
1. Universidade estadual do Pará- Curso de Pedagogia-Departamento de Filosofia e Ci
2. Faculdade de Ciências Sociais/ Universidade Federal do Pará - UFPA-
3. PROFª- DRAª ORIENTADORA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA/ UEPA
4. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
5. FACULDADE DE CIENCIAS SOCIAIS- UFPA
INTRODUÇÃO:

Pretende-se, neste trabalho, contribuir para o debate acerca da compreensão da dinâmica educacional presente nos espaços, prédios escolares, precisamente os existentes nas Ilhas Cotijuba e Combu, ilhas que compõem a Região Metropolitana de Belém. Neste estudo, apresentaremos os resultados da pesquisa realizada nas ilhas do Cotijuba e Combu, procurando retratar o cenário educacional, a realidade do trabalho docente presente nos espaços da escola e em seu entorno. Conforme informamos, este estudo possibilitará mostrar por meio dos dados, fotos, depoimentos e analise crítica a situação física presente no interior dos prédios, construídos para o desenvolvimento de atividades educacionais, denominados de escolas. As questões que orientaram a pesquisa são da seguinte natureza: a forma física como os prédios escolares encontram-se, em que medida são decisivos para o processo exclusão ou de inclusão aos educandos ribeirinhos?. Como as escolas ribeirinhas apresentam elementos constitutivos a formação pedagógica dos docentes que atuam nestes espaços.? Consideramos que o estudo, bem como o material examinado possibilita subsidiar ações de políticas públicas educacionais para a área das ilhas, que compõem a grande Belém, área territorial abandonada pelo poder público local.

METODOLOGIA:

O estudo efetivado na Região metropolitana de Belém, precisamente nas ilhas de Cotijuba e Combú. A ilha do Cotijuba localiza-se às margens da Baía do Marajó, próximo à cidade de Belém-Pa, possui uma área de cerca de 60 km quadrados e uma costa com 15 km de praias de água. A ilha do Combu esta localizada às margens do rio Guamá, a uma distância de 1,5 km da zona urbana da cidade. Com uma área de 15 Km2, constitui-se na quarta maior ilha do município. O trabalho realizou-se por meio de pesquisa de campo, documental e bibliográfica.  Os estudos foram qualitativos e quantitativos, os instrumentos de coleta de dados, questionários, entrevistas e registros depoimentos. O questionário foi aplicado a 100 informantes, 50 alunos e 17 professores, 3 gestores das escolas, 30 comunitários. Coletamos informações sobre a realidade socioeconômica da população, dados sobre níveis de educação dos pais e as formas de lazer que estes possuem.  Buscou-se informação sobre os investimentos realizados pelos gestores municipais na escola, bem como as reformas nos prédios. Inventariaram-se os cursos de educação continuadas para os docentes.  As fontes bibliográficas possibilitaram a seleção de um referencial teórico pertinente a problemática.  Os jornais locais se constituíram em fonte examinada.

RESULTADOS:

 As ilhas Cotijuba e Combu, compõem um cenário tipicamente amazônico, caracterizadas pela presença de vegetação de várzea, por furos, igarapés, possuem o rio Guamá, como um elemento catalisador das atividades das Ilhas. Como resultado do estudo, verificou-se que nessas ilhas há uma diferença física nos prédios escolares. Os prédios que se localizam logo na entrada da ilha, são beneficiados pela ação do poder público local, são considerados "porta de entrada das ilhas. Os prédios que situam em áreas não privilegiadas territorialmente, não recebem a atenção do poder público. O cenário possibilitou examinar a problemática, como os prédios das escolas transformam-se em um meio de exclusão? Informa o estudo, que a exclusão faz-se na própria estrutura dos prédios, pois as escolas mais distantes da entrada da ilha não possuem infra-estrutura adequada e não oferecem recursos pedagógicos suficientes ao aprendizado do seu aluno, bem como os docentes que nela desenvolvem atividades pedagógicas, não possuem a formação de ensino superior. Diferente experiência vivencia o educando e o docente da escola vista como "porta de entrada das ilhas". No entanto, nas escolas que apresentam melhores condições para os educandos ribeirinhos não se disponibilizam de vagas para atender a população.

CONCLUSÃO:

O presente trabalho sinaliza que as escolas das ilhas de Cotijuba e Combu deveriam possuir estrutura física e pedagógica para atender o educando. O estudo registrou uma estratificação, há diferenças nas estruturas físicas das escolas ribeirinhas considerando a localização geográfica no interior das ilhas. No tocante aos docentes o quadro se expressa também de forma diferenciada.  Os docentes ribeirinhos, os que residem nas ilhas, ou exercem o magistério aproximadamente há 10 anos, 40% possuem somente o magistério, 60% não possuem o ensino normal completo. A crise dos espaços físicos, a não qualificação dos docentes, em parte, contribuem para processos de evasão e exclusão escolar nas ilhas estudadas. Todavia, a pesquisa possibilitou o desenho de outro cenário, as escolas, independentemente das crises desenvolvem ações inclusivas: recebem os alunos ribeirinhos e os alfabetizam, haja vista a dificuldades dos mesmos em se deslocarem para outros espaços.  Do outro lado, as escolas denominadas "portas de entradas", apesar de receber a atenção do poder público, o material didático é frágil. Recebem das outras ilhas educandos, desenvolvem atividades com discentes portadores de deficiência, é são consideradas escolas inclusivas. Os docentes possuem ensino de graduação, especialização.

Palavras-chave: Escola, exclusão, formação docente.