62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 5. Psicologia da Saúde
OS HÁBITOS ALIMENTARES E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICA DOS ESTUDANTES DE PSICOLOGIA DA UFRN
Ellidja Evelyn de Sousa Barbalho 1
Lúcia Maria de Oliveira Santos 1
Maria Adrielle Pereira Fonseca da Silva 1
Diego Macedo Gonçalves 2, 3
Neuciane Gomes 4
1. Curso de Graduação em Psicologia - UFRN
2. Prof° Dr° - Departamento de Psicologia - FACEX
3. Profº Drº - Departamento de Psicologia - FARN
4. Profa. Dra/Orientadora - Departamento de Psicologia - UFRN.
INTRODUÇÃO:
A maioria dos estudantes, ao ingressarem na universidade, sofrem mudanças importantes em seu cotidiano, pois grande parte do seu tempo é preenchido por inúmeras atividades curriculares, além de muitos serem obrigados a conciliar trabalho e estudo. Este tempo reduzido faz com que não disponham de tempo para realizar suas refeições em casa e/ou praticarem alguma atividade física. Estudos em diversas universidades brasileiras revelam que é crescente o número de jovens que adotam maus hábitos alimentares em concomitância com o sedentarismo, o que pode acarretar danos para a saúde. A literatura alerta para a importância de se adquirir bons hábitos desde cedo, pois há grande chance destes se perpetuarem pela vida do sujeito e, se forem baseados numa dieta hipercalórica e na ausência de atividades físicas regulares, podem acarretar em danos cumulativos para o indivíduo. O objetivo desse trabalho é investigar a prática desses comportamentos de risco entre os estudantes do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sua freqüência, e traçar características dessa população relacionadas a esses hábitos, visando propor estratégias de enfrentamento e prevenção eficazes, prevenção esta que somente se torna possível ao se conhecer o público ao qual irão se destinar.
METODOLOGIA:
Foi realizada uma coleta de dados junto a uma amostra de 32 alunos de todos os períodos do curso de Psicologia da UFRN, utilizando o National College Health Risk Behavior Survey (NCHRBS), um instrumento traduzido, adaptado e validado para estudantes universitários do Brasil, que abarca informações a respeito da identificação e frequência de comportamentos de risco entre jovens universitários de 18 a 28 anos. Esses alunos responderam de forma livre e esclarecida e tiveram suas identidades preservadas. Os dados foram analisados através da estatística descritiva.
RESULTADOS:
Foram entrevistados 32 alunos, com idade média de 20,68 anos, sendo 21,87% do sexo masculino e 78,12% do sexo feminino. O nível de escolaridade dos pais é alto, pois a maioria possui ensino superior incompleto ou completo. 59,3% dos estudantes descreveram sua saúde como muito boa. Embora esses índices revelem que os sujeitos entrevistados estejam satisfeitos com a saúde, 40,6% se descrevem acima do peso. Porém, ao se calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) evidenciou-se que 71,87% se encontram no peso ideal, destes 21,73% se percebem acima do peso, todavia não estão, sendo a maioria composta por mulheres. Essa tendência provavelmente deva-se ao fato delas serem mais vulneráveis às pressões culturais de um padrão estético magro. Quando se questionou sobre o que haviam comido no dia anterior 53,1%, não se alimentaram de salada, 56,2% ingeriram frituras e 71,8%, guloseimas. Além disso, 71,8% deles não praticaram atividade física nos últimos 7 dias. Em relação às informações recebidas pela Universidade quanto à prevenção desses comportamentos apenas 25% dos estudantes relataram ter recebido algo referente a hábitos alimentares saudáveis e 34,37% sobre atividade física.
CONCLUSÃO:
Os resultados trazem dados relevantes sobre os índices dos comportamentos de risco em questão, embora não sejam generalizáveis a toda população universitária, eles sinalizam uma problemática interessante a ser melhor analisada, visto que os estudos mostram a importância de hábitos de vida saudáveis para uma melhor qualidade de vida e longevidade. É comum encontrarmos na literatura estudos em população universitária que relacionem os comportamentos de risco aqui estudados. Em alguns destes, verifica-se que os estudantes possuem instruções quanto à prevenção dos comportamentos, não apenas porque receberam informações na universidade, mas também de outros veículos como televisão, revistas, internet, etc. Em nossa amostra observa-se que poucos alunos receberam informações da universidade, talvez porque uma parcela destes sejam dos primeiros anos do curso. Porém, é importante frisar que, em estudos que mediram o nível de informações recebidas por universitários, concluíram que, embora conheçam sobre como prevenir, não abandonam as condutas de risco. Assim, se faz necessário pesquisas que investiguem as motivações que os levam a adotar essas práticas, as quais podem acarretar algum prejuízo no futuro, objetivando com isso, a elaboração de estratégias que abarquem toda a demanda.
Palavras-chave: Comportamentos de Risco, Universitários, Prevenção.