O lugar da Linguística na formação de professores tem uma trajetória que acompanhou a construção de saberes diversos, característica de uma ciência marcada pelas propostas que ora se completavam, ora divergiam. Dentro de um quadro eclético delineado pelas visões estruturalista de Saussure, funcionalista do Círculo de Praga e gerativista de Chomsky, além das propostas inovadoras da Pragmática, da Linguística Textual, Sociolinguística, Etnolinguística e Análise do Discurso, os cursos de Letras tornaram-se um celeiro dos diálogos científicos, de muita produção, por isso heterogêneo. Encontramos um campo aberto nos estudos da linguagem que traz a fotografia mesclada da formação do professor no Brasil, já que esta tentou acompanhar todas as mudanças e todas as propostas de uma ciência que podemos chamar de propícia para receber desafios pertinentes às questões norteadoras do ensino de Língua Portuguesa. Enfatiza-se, dessa forma, que com o surgimento dessas  teorias, a produção de saberes linguísticos  ganha vez e voz nos cursos até tornarem-se aplicados ao ensino de língua materna.

As teorias Linguísticas passaram por transformações e estão aí na base de todas as discussões a respeito da linguagem e sua relação com o ensino, pelas vias dos currículos, dos livros didáticos e das orientações curriculares nacionais. Pelas histórias da ideias linguísticas no Brasil, foi possível inferir que a consolidação dessa disciplina como parte da formação do profissional das Letras se deu como uma espécie de "mosaico" teórico, sempre refutando teorias anteriores e recebendo novas propostas, ou a coexistência de linhas opostas, contribuindo, portanto para  as oposições entre a academia e as propostas de trabalho do professor na Educação Básica.