62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 5. Informática na Educação
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - QUEBRANDO BARREIRAS E DEMOCRATIZANDO O CONHECIMENTO NAS ALDEIAS INDÍGENAS DA TERRA IGARAPÉ LOURDES.
Neide Borges Pedrosa 1, 2
Renata dos Santos Luz de Oliveira 1
Justo Nelson Araújo Escudero 1
1. Universidade Federal de Rondônia - UNIR
2. Doutoranda PUC/SP
INTRODUÇÃO:

Vivemos em um século marcado pelos avanços tecnológicos, com um zelo especial a era da informática, pois segundo Lévy, Pierre: o surgimento do computador e da grande rede (internet) que interliga pessoas pelo mundo a fora é uma conquista tão importante para a humanidade tal qual o controle sobre o fogo. O trabalho que aqui apresentaremos vem sendo realizado pelo grupo de pesquisa em educação na Amazônia (GPEA), no PROJETO INCLUSÃO DIGITAL E IDENTIDADE CULTURAL NA AMAZÔNIA; onde pesquisadores tem como objetivo refletir acerca do uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação - TIC inseridas nas escolas indígenas das etnias Arara e Gavião, que recontextualiza a idéia de ciclo, além de articular tal conceito com a defesa do uso dos computadores como ferramentas cognitivas. O estudo se deu sob a inspiração da perspectiva construtivista e se preocupa em explicitar como o uso do computador na escola contribui para desenvolver, além do pensamento crítico, o exercício da cidadania, à medida que, a formação dos professores, contribui para a formação continuada dos alunos e da comunidade indígena, para torná-los capazes de elaborar soluções inovadoras, as quais podem ser extrapoladas da condição de estudo para as práticas sociais.

METODOLOGIA:

Considerar a existência de uma relação dinâmica entre o mundo real dos docentes e da comunidade indígenas trata-se de uma pesquisa-ação, com base, de início, numa abordagem descritiva, utilizando-se do método indutivo, que tem o foco no processo como característica principal. A partir daí, pretende-se uma intervenção, a que se quer chegar não apenas a construção do conhecimento teórico, mas, também, contribuir com tais aldeias na estruturação da formação de seus docentes indígenas. Assim, ter-se-á, como critério básico da pesquisa que vem sendo desenvolvida, o "princípio da participação": ele está na base do processo, nesta abordagem qualitativa de se fazer pesquisa; além disso, entrecruzando-se com uma questão contextual mais ampla, vem ao encontro do princípio constitucional da gestão democrática da educação, na medida em que a inclusão digital na educação indígena entra em interlocução com as decisões e opções específicas, valores, costumes, expectativas e interesses daquele espaço social e de educação.

RESULTADOS:
É inarrável a satisfação das comunidades indígenas diante do primeiro momento de teste conectada a internet, o qual proporcionou a interação entre professores indígenas ligado ao mundo digital, com a possibilidade da interação dos educadores fazerem o uso da internet sem saírem das aldeias, facilitando suas atividades educativas com mais um recurso pedagógico. Após o primeiro teste, foi preparado um curso de 90 horas de formação dos docentes para a utilização das TIC's; e com isso pode ser verificado que 90% deste professores já buscam conteúdos para suas aulas, e que os mesmo hoje não sente mais medo de estarem em frente dos computadores e que buscam contatos como outras etnias pelo Brasil a fora. Verificando-se também que os correios eletrônicos estão sendo bastante utilizados pelos mesmos para manterem amizades e buscarem novas dicas com os pesquisadores.
CONCLUSÃO:
Promover a inclusão digital humanizada nas escolas indigenas Zavidjaj Xikombipóh, etnia Gavião e I`Târap Iamaratxi, etnia Arara, no município de Ji-Paraná/ RO, de forma a não descaracterizar as representações culturais dos grupos indígenas, mas manifestá-la como ferramenta a favor da cultura e pela preservação das respectivas identidades culturais. Acredita-se que com a instalação dos Telecentros nas duas aldeias e as respectivas formações dos docentes indígenas em relação ao uso das tecnologias digitais, será introduzida mais uma ferramenta para o uso no ensino aprendizagem, que também propiciará a inclusão digital a toda comunidade indígena. Conforme depoimentos de alguns membros da comunidade, a inclusão digital nas aldeias significa estar conectado ao mundo globalizado, estar atualizado, fazer intercâmbio cultural com povos de outras etnias e buscar informações sobre recursos nas esferas federais, estaduais e municipais, sem necessidade de deslocamento aos maiores centros.
Instituição de Fomento: Universidade Federal de Rondônia
Palavras-chave: educação indígena, inclusão digital, formação docente.