62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
O QUE UM FÍSICO FAZ? É ISSO QUE QUERO PARA MINHA VIDA?
Túlio Permino Rogério 1
Marcos Tadeu D'azeredo Orlando 2, 1
1. Depto.de Ciências Exatas, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
2. Prof. Dr.
INTRODUÇÃO:
Este trabalho apresenta o impacto de uma Mostra de Física e Astronomia na educação básica e superior. Os públicos foram os alunos do Ensino Médio, EJA e os alunos da Graduação e Pós-Graduação em Física da Universidade Federal do Espírito Santo, UFES. Anualmente um dos prédios da UFES é reservado por aproximadamente uma semana. Num prazo de 24 horas os alunos da graduação e pós montam experimentos, que são usados em disciplinas de Física Experimental, Laboratórios de Estrutura da Matéria e Instrumentação para o Ensino. Em 3 ou 4 dias ocorrem as visitas de turmas previamente agendadas e público geral. Essa sistemática é planejada com três meses de antecedência, tendo como diretriz um tema que se pretende enfocar durante a mostra. Com os experimentos montados, cada sala trabalha com um sub-tema associado, como: Mecânica, Óptica e Ondas, Eletromagnetismo, Física Moderna, Astronomia e o grupo de pós-graduação na sala de Cosmologia. Alunos do Mestrado e Professores convidados realizam palestras aos alunos da Graduação sobre as linhas de pesquisa recentes e assuntos relevantes da física. Os museus de ciência locais contribuem, como a Escola da Ciência Física. Já o Planetário de Vitória contribui com sessões. O Observatório da UFES abre durante todo o evento realizando observações do céu.
METODOLOGIA:
Numa reunião inicial entre os alunos da graduação e pós é feita a seleção do: Professor Responsável; Coordenador; Coordenadores de Sala (6) e Designer. Além do tema do ano. Após essa reunião, cada Coordenador de Sala irá selecionar os alunos a participarem da organização. O Coordenador de Sala é o responsável por obter os experimentos, que geralmente encontram-se nos laboratórios de física. Quando o experimento não se encontra funcionando, a sala irá fazer a manutenção. O Professor Responsável, o Coordenador Geral e os Coordenadores de Sala realizam outras reuniões para discussão de Seminários a serem realizados por professores externos, alunos do Mestrado e Doutorado. O Coordenador Geral será o responsável pela parte administrativa, como a reserva do prédio do evento, pedidos de experimentos em museus de ciência, e qualquer outro problema no qual o Coordenador de Sala não consiga resolver. São realizados seminários de cada sala, objetivando a formação dos alunos para explicação dos experimentos nas datas previstas. O Professor Responsável irá auxiliar e autorizar cada uma dos seminários. Os calouros normalmente fazem a organização dos corredores. Nas datas pré-estabelecidas, serão realizadas a mostra de forma expositiva.
RESULTADOS:
Os visitantes podem conversar sobre cada um dos experimentos com os monitores conhecendo as leis físicas envolvidas qualitativamente, despertando a curiosidade. Já os calouros em física, participam da organização do evento, conhecendo a estrutura e também visitando as salas, cooperando para a sua futura formação. Para os Bacharéis, como construir os experimentos e para os licenciados como interagir com o aluno e experimento. Para os graduandos em estágios mais avançados, a mostra tem um caráter de aplicação dos conhecimentos. Podem atuar na construção de seminários sobre os experimentos, manutenção, entre várias outras tarefas. Já os alunos de Mestrado, podem realizar seminários para os graduandos sobre temas mais complexos. Como forma de avaliar o impacto destacamos: o número de visitantes do ensino médio por dia foram de 250, em média. O número de alunos graduandos foram de 30. Alunos de mestrado foram 14. Professores do departamento de física que participaram foram 6. Por fim, no ano de 2009, foi criada a primeira versão do portal da mostra: www.cce.ufes.br/mostra
CONCLUSÃO:
A cada ano, temos uma quantidade maior de pessoas envolvidas no evento, que o torna mais fascinante, pois dúvidas na formação acadêmica muitas vezes não são sanadas em sala de aula. O evento incentiva o diálogo com todos os níveis de conhecimento, desde o professor do Ensino Médio ao de Pós Graduação. Podemos trabalhar o método científico no ensino médio, em formas de relatórios sobre o que foi o evento, efeito que mais chamou atenção recriando um ambiente próximo dos grande pensadores. Um fato interessante é o número de estudantes que fazem vestibular para o curso de física devido o impacto do evento. São poucos, mas mostra como o trabalho voluntário de todos é feito com alto nível de dedicação Mostramos nesse trabalho que muitos podem seguir a carreira científica, mostrando ainda quais serão os desafios encontrados por esse tipo de profissional cobrindo basicamente essas lacunas: O que um físico faz? É isso que quero para minha vida?
Palavras-chave: Evento, Formação Acadêmica, Instrumentação para Ensino.