62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DAS ÉSPECIES ENCONTRADAS NA ÁREA DA CEPLAC - BENEVIDES, PARÁ.
Bruno Moitinho Maltarolo 1
Ellen Gleyce da Silva Lima 1
Natália do Amaral Mafra 1
César Teixeira Donato de Araújo 1
Mariana Nobre Alayon Mescouto da Silva 1
Gracialda Costa Ferreira 2
1. Universidade Federal Rural da Amazônia /UFRA
2. Profa. Dra./orientadora - Instituto de Ciências Agrária - UFRA
INTRODUÇÃO:
É de muita importância a caracterização da região amazônica, para o conhecimento e definição da nossa diversidade vegetacional, possibilitando então saber quais são as espécies que compõem as áreas e de que modo elas estão distribuídas. Conhecer as espécies arbóreas de uma certa área de floresta, é essencial para obtermos informações da potencialidade dessas espécies e também da região. O levantamento das espécies que povoam a área, assim como fazer uma relação com a incidência de outros indivíduos, pode ser de crucial importância para estudos, para direcionamento do uso dessa área. O levantamento qualitativo é feito através de técnicas de colheita de material dendrológico, para que depois possam ser identificadas as espécies, suas utilidades e seus fins madeireiros. Então a dendrologia assume um importante e fundamental papel, produzindo uma base para trabalhos de silvicultura, manejo ou outros. A descrição florística é considerada atualmente como condição essencial para que possa estabelecer divisões fitogeográficas e, para isto, os dados disponíveis sobre as matas brasileiras são ainda escassos (Leitão-Filho; Silva 1981). Este trabalho teve como objetivo o levantamento da composição florística de uma área recoberta por floresta nativa, em Benevides-PA.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado em uma área de 0,15 ha pertencente à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC localizada nas margens da BR316, km 17(latitude -1°21'54.47" e longitude -48°18'10.31"). Para analise da composição floristica foram instaladas três parcelas de 10x50 m e medidos os indivíduos com circunferência a altura do peito - CAP (a 1,30 m do solo) maior ou igual a 32 cm . A identificação foi feita com o auxilio de um parabotanico e da literatura especifica (Ribeiro, et al 1999).
RESULTADOS:
A área de estudo apresentou uma composição florística heterogênea, com 36 espécies, representada por 19 famílias e 27 gêneros. Das 36 espécies, apenas o Ripeiro (Lecythis idatimon DC. ex O.BERG) e Matamatá Branco (Eschweilera odora MIERS) são comuns em todas as parcelas, bem como são as espécies com maior número de indivíduos, sendo 11 de ripeiro e 5 de matamatá branco. Das famílias encontradas, predominam Urticaceae e Lecythidaceae, com 4 espécies cada, e com 3 espécies encontramos Fabaceae (mimosoidea), Vochysiaceae, Myristicaceae e Sapotaceae. A incidência da família Urticaceae, com destaque para as Embaúbas (Pourouma sp. e Cecropia sp.) e Lecythidaceae, é um forte indício de que a floresta em estudo foi manejada, haja vista que tais indivíduos são característicos de florestas secundárias. Carim, Schwartz & Silva (2007) apontam para os elevados valores de riqueza e abundância de indivíduos Lecythidaceae, Fabaceae e Euphorbiaceae em floresta secundária na Amazônia Oriental, confirmando o resultado encontrado neste trabalho, que teve a família Lecythidaceae e Fabaceae representada por 18 e 7 indivíduos, respectivamente, em quanto às demais não ultrapassam 5 indivíduos cada.
CONCLUSÃO:
Os dados coletados na CEPLAC nos mostram a diversidade florística na área, com 36 espécies identificadas em 0,15ha. A familia Urticaceae aponta que a tal area de estudo, apesar de ser considerada floresta nativa, já sofreu interferencia antropica. LEITÃO FILHO, H. F. Aspectos taxonômicos das florestas do Estado de São Paulo. In: CONGRESSO NACIONAL DE ESSENCIAS NATIVAS, 1., Anais. Silvicultura em São Paulo, volume 16 A, pt. 1, p. 197-206, 1982. TAKAHASHI, L. Y. Arborização urbana: inventário. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2., São Luis, 1994, Anais. São Luis: Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, p. 193-200, 1994. CARIM, SCHWARTZ & SILVA. Riqueza de espécies, estrutura e composição florística de uma floresta secundária de 40 anos no leste da Amazônia. Acta Botânica Brasílica, v.21, n.2, 2007 Flora da Reserva Ducke: Guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central/ José Eduardo L. da S. Ribeiro... [et al.]. Manaus: INPA, 1999. 816 p. il.
Palavras-chave: Composição floristica, Floresta, CEPLAC.