62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
A INTERDISCIPLINARIDADE NO CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE DA FUNDAÇÃO ESCOLA BOSQUE SOB A INVESTIGAÇÃO DO ALUNO.
Thayze Patrícia Santos da Silva 1
Célio Silva do Espírito Santo 1
Eliane Brabo de Sousa 2
1. Laboratório de Biologia, Fundação Escola Bosque-FUNBOSQUE
2. Prof. MSc/Orientadora-Laboratório de Biologia-FUNBOSQUE
INTRODUÇÃO:
As questões ambientais estão no centro das atenções mundiais, sendo comum ouvirmos referências à crise do meio ambiente tais como: aquecimento global; efeito estufa; protocolo de Kyoto; crédito de carbono; desenvolvimento sustentável; reduzir, reutilizar, reciclar, entre outras. Neste contexto, a escola deve ser um espaço de discussão sobre estas questões e o professor um dos provocadores da autonomia ambientalmente crítica dos educandos. A Fundação Escola Bosque-FUNBOSQUE, utiliza os princípios da Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável, enfatizando a problemática da ilha de Caratateua (Belém-PA), onde está localizada desde 1996. Além da educação infantil e os ensinos fundamental e médio, também oferta o Curso Técnico em Meio Ambiente que inicialmente foi organizado em três módulos independentes: Flora, Fauna e Ecoturismo. Atualmente, o curso é integrado ao ensino médio totalizando 28 disciplinas ministradas em tempo integral. Em um curso integrado é de fundamental importância a interdisciplinaridade para que os estudos dos fenômenos naturais possam ser compreendidos em sua total complexidade, sobretudo nas questões ambientais. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar a interdisciplinaridade no curso Médio-Técnico em Meio Ambiente da FUNBOSQUE.
METODOLOGIA:
Para investigar a interdisciplinaridade na FUNBOSQUE, um aluno concluinte do Curso Médio-Técnico em Meio Ambiente aplicou questionários semi-abertos aos professores do referido curso, durante o mês de março de 2010. O questionário continha 104 perguntas fechadas divididas nos mais variados temas sobre o meio ambiente: 34 perguntas sobre a água; 29 sobre o solo e 41 sobre a atmosfera e questões ambientais atuais. Além destas, 12 perguntas abertas sobre assuntos relacionados à interdisciplinaridade: incentivos da escola; os meios de atualização dos professores; seu entendimento sobre a educação ambiental; as práticas pedagógicas dos professores, entre outros. Os resultados foram tabulados e expressos em valores percentuais.
RESULTADOS:
A interdisciplinaridade tem sido requerida por grande parte dos educadores mundiais na tentativa de garantir o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações. Entre os professores da FUNBOSQUE, 78% afirmam abordar temas ambientais durante as suas aulas, pois cuidar do meio ambiente constitui práticas de cidadania; 11% raramente abordam e 11% não responderam. Dentre os que citam a temática ambiental, 67% a inclui no seu plano de aula; os demais (33%) apenas quando um determinado assunto de sua disciplina exige. 56% dos professores procuram conhecer e se atualizar sobre os mais diferentes assuntos; 22% atualizam-se mais sobre os assuntos inerentes às suas disciplinas; 11% quando há interesse e 11% não responderam ao questionamento. 89% dos professores consideram importante a interdisciplinaridade, sobretudo para a Educação Ambiental, e admitem a oferta de um período, na escola, para a atualização e organização das suas atividades pedagógicas, mas alegam não receber incentivos da instituição no que concerne a interação dos professores com outras instituições de ensino e pesquisa que lhes possam fornecer capacitação sobre as dimensões ambientais. Dentre as perguntas fechadas, as maiores dúvidas surgiram sobre o tema água.
CONCLUSÃO:
O presente estudo analisou as informações coletadas diretamente dos professores do Curso Médio-Técnico em Meio Ambiente, procurando obter dados sobre as suas concepções e vivências em relação à interdisciplinaridade. Diante do que foi relatado, os professores confirmaram a importância de assumir a interdisciplinaridade nas práticas pedagógicas, mesmo que os entraves sejam muitos, incluindo a falta de incentivo institucional. Sobre isso, a Lei de Educação Ambiental do Brasil, no seu artigo 11, considera que a dimensão ambiental deve constar nos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas, discorrendo, ainda, que os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Desta forma, a promoção da interdisciplinaridade depende de toda a comunidade escolar.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Pará-FAPESPA
Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Meio Ambiente, Práticas Ambientais.