62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA E MEMÓRIA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO CENTRO DE MEMÓRIA CAp-UERJ
Camila Albuquerque da Cruz Mira 1
1. Faculdade de Formação de Professores-UERJ
INTRODUÇÃO:

O trabalho tem como objetivo relatar a importância da memória e da história escolar, a partir da experiência de trabalho realizado no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, o CAp-UERJ, onde o objetivo é resgatar a memória e história do Instituto, construindo um Centro de Memória, com o intuito de dar certa organicidade à memória e, portanto, a história, sem esquecer também que os dados gerados durante a investigação que precisam ser de acesso a todos os interessados, ficando disponível em lugar adequado. E para assim possamos refletir importância isso tem para uma instituição educacional e todos que fazem parte dela, como vemos nas falas de Benjamim e Bragança:

"A memória e a narração integram esse processo como possibilidade de romper com a linearidade do cotidiano, como interrupção de um tempo "cronológico" e "vazio" e resgate da

multiplicidade do tempo e de experiências plenas (BENJAMIN, 1993). O sentido da experiência plena é definido pela natureza coletiva de sua construção e a narração como partilha e reconstrução dessas experiências. A formação vai conjugando as múltiplas instâncias de produção dos saberes docentes e possibilitando entrelaçar as experiências do passado e do presente, vislumbrando a construção de projetos de futuro." (Bragança, 2009, p.3)

METODOLOGIA:

O trabalho é voltado para o estudo da história de uma instituição escolar no qual a relevância reside no apoio à preservação da memória local. Nossa investigação, portanto, busca, através da rememoração e da narrativa do vivido, uma reflexão sobre a própria história. Dar organicidade dos registros da memória escolar e das práticas dos sujeitos é considerado para nós de fundamental importância, pois que contribui para entendermos a alguns passos da trajetória da história da educação, em especial a da educação do Rio de Janeiro. O centro da nossa metodologia é focado na micro-história, no dia a dia, mas mantendo relações com a macro-história, ou seja, com a História da Educação. Mas sempre dando relevância, as pessoas que integraram a história, como professores, funcionários, alunos e a comunidade, contando a história a partir da história vista de baixo (SHARPE, 1992, p.59) dando oportunidade a todos de constituírem e montar o quebra-cabeça dessa trajetória. Por isso focamos nosso trabalho em buscar em fontes documentais (oficiais e não oficiais) e fontes orais como fontes que nos tragam esse resgate da trajetória do CAp-UERJ. E para nossas buscas de fontes orais realizamos várias entrevistas com os pessoas que fizeram parte dessa história e gravamos esses depoimentos.

RESULTADOS:

O estudo realizado no CAp-UERJ conta com o trabalho de alunos e professores da FFP-UERJ e por isso um dos primeiros resultados  obtidos foi estreitar a relação entre as duas Unidades. Outros dos resultados é a organização do acervo iconográfico já identificado por nossa pesquisa. A pesquisa busca ainda, como nos convida Vidal (2006:11), refletir sobre a natureza e a importância dos Arquivos Escolares na produção de saberes da e sobre a escola. Onde a reconstrução da história de forma heterogênea não silencie as especificidades, e que os sujeitos integrantes da comunidade escolar podem relembrar eventos pessoais e coletivos que os faz parte da realidade histórica. Outro resultado obtido é a utilização da história oral como fonte de estudo que permite ouvir diversos ângulos, que Segundo Thompson (1992) as evidências orais têm sido largamente utilizadas na reconstituição da História. Pois a oralidade nos fornece relatos de vidas em aspectos econômicos, sociais, trabalhistas, culturais, políticos, pessoais, entre outros que revelam o contexto pesquisado. E com essa metodologia conseguimos envolver a comunidade no projeto, onde todos tem sua participação nessa busca.

CONCLUSÃO:

A conclusão de nossa pesquisa nos permite dizer, que trabalhar com historia e memória ver que os arquivos escolares são materiais vivos e pulsantes que dizem por si só, de atravessamentos que nos mesmo não nos damos conta. O contato com Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira nos deu pistas para se pensar na produção da historia vista de baixo (Sharpe), dando ressonância aos sujeitos escolares como produtores. E sobretudo produzindo novos diálogos e formas de ação. Dessa maneira a articulação entre narrativa e formação esta baseada

A experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram todos os narradores. E, entre as narrativas escritas, as melhores são as que menos se distinguem das histórias orais contadas pelos inúmeros narradores anônimos. Entre estes, existem dois grupos, que se interpenetram de múltiplas maneiras. A figura do narrador só se torna plenamente tangível se temos presentes esses dois grupos. "Quem viaja tem muito que contar", diz o povo, e com isso imagina o narrador como alguém que vem de longe. Mas também escutamos com prazer o homem que ganhou honestamente sua vida sem sair do seu país e que conhece suas histórias e tradições (BENJAMIN, 1994, p.198)

Palavras-chave: Arquivo escolar, História escolar, Memória.