62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
OS PROCESSOS FORMATIVOS DE PROFESSORAS EM FORMAÇÃO        
Marília Regina Hartmann 1
Valeska Maria Fortes de Oliveira 2
1. Mestranda em Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, UFSM
2. Prof. Dra/Orientadora, Depto. de Fundamentos da Educação, UFSM
INTRODUÇÃO:

Nesta pesquisa procurou-se investigar acerca dos processos formativos de quatro acadêmicas ao longo do curso de Pedagogia, tendo como objetivo refletir sobre as atividades formativos que constituem professores em formação inicial. Assim, buscou-se conhecer quais aprendizagens são possíveis em espaços que vão para além da sala de aula e que são possibilitados aos acadêmicos durante o curso de graduação. A formação de professores é entendida aqui como um processo contínuo e inacabado, que acontece no decorrer da vida dos sujeitos. Desta forma, a trajetória profissional compreende os espaços em que cada professor vai produzindo sua forma de ser. Contudo, é importante ressaltar que este processo pode acontecer em diferentes ambientes, não somente na sala de aula, mas também a partir de outros trabalhos e na participação em atividades extraclasse. A relevância deste trabalho está em pensar o ser professor na atualidade, como este se constitui e quais as aprendizagens ao longo das experiências formativas. É um novo olhar para os processos formativos da docência, partindo dos diferentes espaços que podem contribuir na formação inicial de professores.

METODOLOGIA:
Esta pesquisa é de cunho qualitativo, e utilizou como procedimento metodológico o estudo de caso, com o objetivo de analisar a questão central da pesquisa, "Quais aprendizagens são possíveis a partir dos processos e atividades formativas que vão para além da sala de aula com professores em formação no sétimo semestre do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria?". Para tanto, foram convidados a participar acadêmicos do 8º semestre do curso de Pedagogia da UFSM, que atendessem ao seguinte critério: ter participado de atividades extraclasse durante o Curso de Pedagogia da UFSM. A partir destes, foram selecionados colaboradores que tivessem diferentes experiências em lugares formativos, chegando ao número de quatro sujeitos. As técnicas utilizadas nesta pesquisa buscaram, através da memória dos participantes, investigar as aprendizagens que estes tiveram ao longo dos processos formativos que os constituem como professores em formação. Assim, na coleta de dados, foram realizadas três técnicas: a pesquisa bibliográfica, com o intuito de aprofundar os estudos nas temáticas de formação de professores e processos formativos; a entrevista reflexiva e a escrita das narrativas de vida.
RESULTADOS:

Com esta pesquisa, foi possibilitado identificar diferentes espaços ocupados pelas acadêmicas durante o curso de graduação, sendo estes: o Diretório Acadêmico do Centro de Educação, a Comissão de Avaliação Institucional, a Classe Hospitalar, os Projetos de Pesquisa, as Oficinas do Laboratório de Educação Musical, o Núcleo de Educação Infantil, o Curso de Espanhol e o Estágio em escola municipal. Como resultado da pesquisa, pode-se perceber a importância destas atividades como forma de complementar a formação proposta pelo curso. Ainda, as aprendizagens nestes lugares formativos são diversas, sendo a principal apontada pelos colaboradores a contribuição destas atividades para vivenciar muitos conceitos estudados no curso, proporcionando se experimentarem enquanto profissionais. Também, visualizou-se que essas atividades mostram novas áreas e novos caminhos que podem ser trilhados na profissão de pedagogo.

CONCLUSÃO:

Acredito que as atividades extraclasse, podem qualificar os profissionais que estão sendo formados pelo curso de Pedagogia da UFSM. É uma forma de proporcionar diferentes aprendizagens que, muitas vezes, não conseguem ser realizadas pela matriz curricular do Curso. É evidente o crescimento das colaboradoras a partir destas distintas experiências ao longo do curso. São os meios que elas encontraram para qualificar suas formações e, assim, como encarar e se preparar para a futura profissão. Ainda, trago a necessidade de os professores formadores do curso divulgarem estas atividades extraclasse como sendo formativas. Para tanto, é necessário que os mesmos (res)signifiquem a ideia de que o processo formativo acontece apenas nas aulas, buscando uma outra concepção, na qual estas diversas atividades possam ser aproveitadas como dispositivos de formação, contribuindo assim, para a formação dos acadêmicos. Ampliando ainda, a concepção de formação, proposta pela Universidade.

Palavras-chave: Processo formativo, Atividades além da sala de aula, Aprendizagens.