Levantar dados sobre a história da educação do estado de Rondônia é uma tarefa a ser construída. A literatura que trata acerca da história do estado carece de elucidação quanto aos fatos concernentes à temática. O estudo tem origem no projeto "Formação inicial e continuada de professores: quem é e o que fazem os professores de Sociologia e Filosofia das escolas públicas da Zona da Mata e Porto Velho". Vincula-se à linha de pesquisa "Formação Docente e Aprendizagem   numa Visão Sócio-Histórica e Saberes não Escolares" do Grupo de Estudos e Pesquisas Materialismo Histórico e Dialético na Educação - GEPMHDE. Trata-se de uma pesquisa quali/quantitativa de caráter exploratório, como contribuição para as políticas de educação do Estado ao oferecer elementos para tomadas de decisões na abertura de cursos de Sociologia e Filosofia para atendimento à demanda na Zona da Mata. Para isso, a investigação levantou e avaliou dados sobre o perfil dos docentes de Sociologia e de Filosofia das escolas públicas da Zona da Mata e de Porto Velho com o fim de utilizá-los para sistematizar posteriores projetos de extensão em formação continuada nestas áreas. Este levantamento atende a carência de dados estatísticos que demonstrem a necessidade de abertura de cursos de formação superior no estado nestas áreas do saber

Os procedimentos metodológicos utilizados no estudo comparativo da vertente quali-quantitativa de caráter exploratório levantaram e analisaram dados referentes aos perfis pedagógicos dos docentes das disciplinas de Sociologia e de Filosofia das escolas públicas de ensino médio da Zona da Mata e de Porto Velho. Nas orientações teóricas destacamos a análise do discurso na vertente do materialismo histórico e dialético. O estudo foi delimitado nas das cidades Zona da Mata Velho atendidos pelo Campus de Rolim de Moura: Santa Luzia, Alta Alegre e Alta Floresta para comparar com os da capital do estado, Porto Valho. Na coleta de dados, trabalhamos com os seguintes instrumentos: entrevistas auxiliadas com questionários abertos que foram transcritos e levados para a confirmação dos entrevistados. A análise documental de instrumentos como os cadernos dos alunos nas aulas de Filosofia e Sociologia, possíveis de revelar o reflexo da formação inicial destes docentes na aprendizagem dos alunos. Organização de quadros demonstrativos destes professores. Organização de quadros comparativos dos perfis de formação dos professores de Filosofia e Sociologia da rede pública de ensino de Porto Velho e da Zona da Mata, descrição dos dados

Os dados foram avaliados por meio de tabulações e representados através de diagramas em colunas. Destacaram-se fatos  estatísticos esperados pelas hipóteses levantadas de que, em Porto Velho, a situação de atendimento aos alunos do ensino médio pelos professores de Filosofia e Sociologia nas escolas públicas, não se diferenciam em termos de qualificação docente do atendimento aos alunos que estudam em escolas públicas de ensino médio da Zona da Mata do estado de Rondônia.  Os dados levantados demonstram que dos professores menos de 1,3% dos professores que atuam nas escolas da Zona da Mata e de Porto Velho, são habilitados em Filosofia e Sociologia. Decorridos 37 anos que estas disciplinas de Filosofia e de Sociologia foram excluídas do currículo do ensino médio, voltam ao ensino regular, através da Lei 11.684/08, que regulamenta o seu retorno. A volta destas disciplinas ao currículo do ensino médio, que tinha sido colocada em pauta desde o ano de 2001 ironicamente pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os dados coletados confirmaram nossa hipótese de que a carência de professores habilitados nas disciplinas de Filosofia e Sociologia no Estado de Rondônia é assustadora, revelando na amostra um quadro que retrata a situação de atendimento à educação nestes campos do conhecimento e necessitando que os concursos públicos precisem ser estendidos à aplicação de seleções fora do estado como meio para atender à demanda e atenuar o déficit de atendimento. Até o ano de 2008, as disciplinas de Filosofia e Sociologia têm sido oferecidas em caráter optativo, e retornando de forma gradativa aos currículos do Ensino Médio, nos anos 80, porém resguardando conforme defende Fazenda (1985), o "Pacto do silêncio" imposto pelos preceitos da ditadura militar que correspondeu na época aos interesses de subserviência da classe dominante, seguido a cartilha dos Estados Unidos nos seus projetos advindos da "Aliança para o Progresso", igualmente aos interesses do subjugo imposto hoje pelos preceitos ditados para a educação através do "projeto Neoliberal". Ao retornar ao currículo em caráter optativo e, posteriormente, como obrigatória, traz no imaginário daqueles que tratam com as políticas públicas a pouca importância em habilitar docentes para atender a demanda.