| O domínio da linguagem oral é essencial para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o individuo se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, compartilha ou constrói visão de mundo, produz conhecimento, em fim estabelece um processo de comunicação.Tendo em vista que o homem e falante por natureza, e não escritor, necessita ser iniciado na cultura escrita, pois vivemos num mundo onde a escrita assume papel indispensável para a formação e sobrevivência do indivíduo. Temos como objetivo neste trabalho discutir e refletir sobre a importância da pratica pedagógica, cantiga de roda, como contribuição para a aquisição da linguagem oral e do código escrito. Por ser uma atividade lúdica e que apresenta jogos ritmados, a criança participa de situações de leitura e escrita mais facilmente. Ou seja, a partir de uma brincadeira, no qual o professor trabalha a oralidade, o aluno também é iniciado nas praticas sociais de escrita. Acreditamos que
o aluno se apropria do sistema de escrita com base no uso efetivo da linguagem desde o inicio de sua escolarização. Nesse momento, compreende-se o importante papel do professor, não só como detentor de conceitos, mas como uma "ponte" que leva à criança a compreender que a escrita "representa a fala", porém mostra que ambas as linguagens têm características próprias.
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| As cantigas de roda pertencem ao gênero de tradição oral, e por ser melodia, desperta a atenção e o interesse das crianças através da sua letra, do seu ritmo fazendo com que o aluno acompanhe a cada canção com gestos e movimentos. Dessa forma, as crianças têm a facilidade de compreensão e assimilação demonstrando interesse pelas atividades. Brincando com a música, a criança tem a oportunidade de incorporar, de representar de imitar e de transmitir as mensagens expressas no texto da música. As respostas de uma aprendizagem por meio das brincadeiras, em destaque as cantigas de roda, a princípio, podem não ser compreendidas como significantes. No entanto, com essa proposta pedagógica é possível valorizar os discursos das crianças, introduzir o gosto pela leitura e estabelecer vínculos afetivos com a aquisição e desenvolvimento das linguagens. Além disso, cantando e brincando as crianças desenvolvem o raciocínio, memória e imaginação. O bom de trabalhar com as cantigas na alfabet
ização é que as canções são facilmente memorizáveis. Assim, a criança participa de situações de leitura e escrita mais facilmente. Afinal, ela já sabe o que está escrito e pode prestar mais atenção à forma como se escreve. É possível que alguém ainda não plenamente alfabetizado, mas domine palavras, inícios de palavras e repetições, consiga "ler" a letra, acompanhando os versos com o dedo. A partir das cantigas de roda, as crianças são estimuladas a guardar informações por meio de registros, de pensar e expressar conhecimentos, idéias e experiências pela forma oral, escrita e através de expressões gráficas. Com essa proposta, podemos iniciar uma conscientização dos alunos quanto à linguagem escrita como um sistema de representação, ou seja, eles iniciam a compreensão de que leitura e escrita possuem uma função social. Nas cantigas de roda, crianças transportam para o mundo encantado as diversas tipologias textuais, conceitos sociais, matemáticos e naturais. Dessa forma, atra
vés da cantiga, a criança aprende desde processos mecânicos, ler e escrever, a diferentes linguagem (corporal, plástica e musical). Para trabalhar sistematicamente com essa pratica pedagógica em sala o professor pode eleger uma cantiga ou perguntar aos alunos qual das cantigas que conhecem eles preferem. Podemos por exemplo escolher A linda Rosa Juvenil. A linda rosa juvenil, juvenil, juvenil A linda rosa juvenil, juvenil Vivia alegra no seu lar, no seu lar , no seu lar Vivia alegra no seu lar, no seu lar Mas uma feiticeira má, muito má, muito má, Mas uma feiticeira má, muito má Adormeceu a rosa assim, bem assim, bem assim Adormeceu a rosa assim, bem assim Não há de acordar jamais, nunca mais, nunca mais Não há de acordar jamais, nunca mais, E o tempo passou a correr a correr, a correr E o tempo passou a correr a correr, E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor E o mato cresceu ao redor, ao redor Um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei Um dia veio um belo rei, belo
rei E despertou a rosa assim, bem assim, bem assim E despertou a rosa assim, bem assim Com a cantiga escolhida, podemos iniciar uma leitura compartilhada da canção, em que cada criança tinha em mãos uma cópia do texto. Mesmo que algumas delas não dominem o código escrito, todas são motivadas a acompanhar a leitura, uma vez que conhecem foneticamente o texto, fortalecendo o reconhecimento dos signos lingüísticos. Não adentrando as questões lingüísticas, no entanto, caba notar que, nesse texto, ocorre uma repetição das últimas palavras, o que permite a priori identificar os sons das palavras. As crianças percebem que a cantiga a princípio, apenas uma brincadeira podem fazer parte de atividades de sala de aula, pois há um enredo, e personagens. Com esses subsídios pode ser proposto que os alunos realizem uma atividade. Propomos três atividades que podemos realizar com essa cantiga. Um delas é que os alunos representem graficamente as lacunas existentes da letra da música com de
senhos. Tal atividade suscita neles a inter-relação da melodia com a palavra, fazendo uso gráfico para representá-las. Dessa forma, compreendem de uma maneira mais fácil o funcionamento de escrita, mesmo não sabendo ler,podem ter como mediadora a professora. Como atividade escrita o professor poderia fazer, uma no qual o aluno pensaria e refletiria sobre a canção. Por exemplo: Nessas duas atividades escritas, a postura das crianças quanto ao desenvolvimento de conceitos sobre ler e escrever os signos é motivada pelo brincar, propiciando o processo de ensino aprendizagem e a formação da identidade social. Acima de tudo, foi a oportunizada a liberdade para se expressarem nas diversas linguagens. A terceira atividade que o educador poderia fazer partiria da quarta questão na qual pergunta se a cantiga A linda rosa juvenil reflete alguma história. Nesse momento o educador poderia lembrar aos alunos a história da Bela adormecida assim eles perceberiam as semelhança entre os perso
nagens das histórias. Partindo desse entendimento o professor pediria para os alunos produzirem um texto sobre a história da Bela Adormecida. Esse trabalho seria uma produção de um texto dirigido, pois a docente contaria a história aos alunos e eles iriam escrever seu texto seguindo a mesma seqüência, mas da forma deles, ou seja, eles iriam recontar." Portanto, o professora estaria trabalhando constantemente a aprendizagem da língua escrita na sala de aula através da produção de textos. É importante ressaltar que os alunos ao escrever o texto costumam trazer marcas da oralidade para a escrita, pois as crianças trazem para a escola experiências com a linguagem oral e precisam descobrir que, ao escrever, elas deverão atender a outras características. É nesse espaço que, através da leitura, especificamente da produção de textos escritos, aos poucos, a criança irá se apropriar dessa nova forma de se comunicar. Certamente ao iniciar o trabalho de produção de texto, como por exemp
lo, quando o aluno escreve como foi seu final de semana,Inicialmente ele escreverá tal como fala. O professor deve sempre procurar mostrar que as regras da linguagem oral não são as mesmas na linguagem escrita. A escrita envolve uma estrutura lingüística mais elaborada. E fundamental que todas as atividades que a criança realiza em sala de aula sejam registradas e transformadas em momento de produção escrita, para que ela possa perceber que toda idéia pode ser registrada por essa forma de representação. É importante que a criança seja incentivada constantemente a se expressar na língua escrita, ainda que não domine totalmente o código convencional, pois ao escrever com o auxilio do professor, irá adquirindo maiores conhecimentos sobre a língua. Porém o professor deve estar sempre atento par para a oralidade.
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