62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Flávia Pereira Carvalho 1, 2
Maira Pinto 1
1. Centro Universitário de Ensino Superior CIESA
2. Profª Ms. - Orientadora
INTRODUÇÃO:

O presente artigo é decorrente do estudo da pesquisa Fala Comunidade cujo objetivo foi identificar como se dá a formação de alfabetizadores comunitários em comunidades populares da cidade de Manaus.A análise ocorre em quatro comunidades com a pesquisa exploratória em que os iletrados e professores alfabetizadores encontravam-se inseridos como elementos necessários para investigação quase-experimental.Se identifica a concepção pedagógica e os procedimentos metodológicos das práticas educativas na alfabetização e se reconhece os fatores proponentes da alfabetização de adultos quanto à realidade cultural e o nível de subjetividade.A metodologia na abordagem qualitativa e a análise de dados na proposta dialética.A interpretação qualitativa de dados verifica a fala dos atores sociais situando o contexto na relação aprendiz/aprendente,tendo como ponto de partida o interior da fala e como ponto de chegada o campo da especificidade histórica e totalizante que produz a metodologia hermenêutico-dialética situando metodologicamente a educação informal em espaços alternativos da comunidade em que os professores estavam inseridos na comunidade.Os sujeitos da pesquisa foram 10% de adultos iletrados e dez professores alfabetizadores .

METODOLOGIA:

A metodologia foi numa abordagem qualitativa, sendo utilizada para análise de dados uma proposta dialética. Neste direcionamento, a proposta de interpretação qualitativa de dados foi bastante adequada, pois com a fala dos atores sociais situava-se o contexto para melhor ser compreendida a relação aprendiz e aprendente.Essa compreensão tem como ponto de partida o interior da fala e, como ponto de chegada o campo da especificidade histórica e totalizante que produz a fala.Chamamos uma metodologia hermenêutico-dialética,situando metodologicamente a educação informal em espaços alternativos da comunidade em que os professores com formação de ensino médio desenvolveram a atividade a partir do curso de formação de alfabetizadores comunitários realizado em ação extensionista, percebe-se que encontravam em situação diferencial dos demais da rede pública,devido à exigência de serem professores alfabetizadores que residem na comunidade onde está o índice significativo de iletrados.

RESULTADOS:

O discurso dos alfabetizadores direcionados a ação da práxis social tratava uma visão globalizada e uma consciência crítica.Os professores não possuíam formação em nível pedagógico,mas o fato de pertencerem ao mesmo meio social facilitou a prática educativa,politizaram a prática pedagógica valorizando a realidade cultural do educando.Identifica-se a necessidade de entender,conhecer pelo contato direto a lógica do conhecimento popular.O êxito da prática dos alfabetizadores consiste na ação coletiva.Um fato relevante é a questão da descoberta pedagógica pelo significado da ação do letramento,pois não dominavam a metodologia,o discurso da prática era inovador assumindo o perfil de alfabetizador pela práxis.Verificamos que não possuíam experiência em sala de aula,ao serem questionados sobre as dificuldades com relação ao método adotado,sentiram-se inseguros,mas acreditaram em contribuir com a comunidade local para a problemática social.A realização desta prática educacional se relaciona à cultura do povo,valendo-se do conceito de alfabetização que transcende seu conteúdo etimológico a alfabetização não é o lidar com letras e palavras na esfera mecânica,a leitura freireana propõe formas discursivas e competências culturais construindo as relações existentes com os educandos e o mundo.

CONCLUSÃO:

A ação da pesquisa construiu como diretriz pedagógica identificar o papel do alfabetizador, partindo do princípio de que o homem é responsável pela construção da sua história e que sua história se constrói com outros homens, pois consideramos que o alfabetizador comunitário vive numa família, numa sociedade, num determinado país e tem uma dinâmica própria. Neste caso, está se falando de um homem que é um todo pensamento,movimento,sentimento,e que se faz e se refaz numa relação permanente com os outros e com os objetos,que adquirem significação num determinado tempo e espaço.Assim, é fundamental buscar compreender este homem com quem se trabalha,tal como o aluno,por exemplo,conhecendo e relacionando a sua história pessoal e social,e a realidade vivida por ele constituindo-se então, fio condutor do processo de aprendizagem.O professor alfabetizador não irá buscar pacotes prontos nas cartilhas,mas retirará sua prática do contexto sócio-cultural em que estará inserido seus alunos,onde serão as referências para o desenvolvimento dos conteúdos.

Palavras-chave: Comunitários, Aprendente, Práxis.