62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos
ACEITABILIDADE E MATURAÇÃO DO QUEIJO PECORINO PRODUZIDO COM LEITE DE VACA E LIPASES DE DIFERENTES FONTES AOS 180 DIAS
Marinna Barros de Oliveira 1
Ana Luíza Macêdo Costa 1
Bruno Reinehr de Andrade 1
Fabiana Oliveira de Carvalho 1
Giovanna Castro Araújo 1
Celso José de Moura 1
1. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos/ UFG
INTRODUÇÃO:

O presente trabalho teve como objetivos avaliar a maturação, a preferência e aceitação dos queijos pecorino produzido com leite de vaca e lípase de diferentes fontes, após 180 dias de maturação. O queijo pecorino é produzido com leite de vaca e consumido na Venezuela como substituto do parmesão por apresenta sabor, aroma e outras características semelhantes a este queijo, e principalmente por ter um custo mais baixo.

METODOLOGIA:

Foram produzidos queijos tipo pecorino de 2kg, com leite de vaca padronizado a 3,2% de gordura, em três repetições. Foram testados queijos: sem lipase (QSL), com lipase de cabrito (QLC), com lipase de cabrito e cordeiro (QLCC). Os queijos produzidos foram maturados por 180 dias à 14ºC e de 70-85%. Foram determinadas Umidade, Compostos nitrogenados (nitrogênio total, nitrogênio solúvel a pH 4,6 e nitrogênio não-protéico) e calculado o Índice de extensão e profundidade de maturação. Foram realizados os Teste de Preferência com 50 provadores não-treinados onde aplicou-se análise estatística de Variância e a comparação das médias dos resultados pelo Teste de Tukey,  ao nível de 5 %;  e Teste de Aceitabilidade ao nível do consumidor com 100 provadores, utilizado escala hedônica, estruturada de nove pontos (gostei muitíssimo" a "desgostei muitíssimo que variaram dos critérios).

RESULTADOS:
A umidade média dos queijos foi 26,52%. Os índices de extensão da maturação (13,81(QSL); 13,16(QLC); 12,26(QLC)) foram inferiores aos encontrados por pesquisadores em queijos pecorino aos 45 dias de maturação que se deve ao fato de que com um maior tempo de maturação houve um decréscimo na umidade e aumento da concentração de sal, o que faz inibir a atividade das enzimas proteolíticas. Os índices de profundidade de maturação (8,89; 7,90; 7,36) encontrados foram superiores aos do queijo pecorino aos 45 dias, pois, ao longo da maturação aumenta o teor de nitrogênio solúvel a pH 4,6 que é substrato para as enzimas peptidolíticas. O teste de preferência apontou maior preferência pelo tratamento QLC, que se diferiu dos demais. O tratamento QLC e QLCC foram mais preferidos que o QSL, pois, com a aceleração da lipólise, os ácidos graxos de cadeia curta liberados produzem uma sensação agradável e diferenciada ao paladar. O tratamento QLCC foi menos preferido que o QLC por apresentar sabor e aroma forte após 180 dias de maturação. A aceitabilidade do tratamento QLC obteve média 7,59. Esse resultado mostra o grande potencial de consumo do queijo pecorino adicionado de lipase. Os provadores que atribuíram notas referentes aos atributos "Gostei moderadamente" e "Gostei muitíssimo" representaram 81%.
CONCLUSÃO:
A manutenção do queijo pecorino por 180 dias em maturação não afetou negativamente o processo de maturação. A adição de lipase de cabrito nos queijos influenciou positivamente no sabor e aroma o que provocou maior preferência por esses queijos em relação aos demais tratamentos. A aceitação do queijo pecorino com lípase de cabrito foi de 81%, o que mostra o grande potencial de consumo do queijo pecorino adicionado de lipase.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Proteólise, Aceitação, Queijo.