62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 4. Ecologia
PERFIL FLORÍSTICO DO BOSQUE DE MANGEZAL NO ESTUARIO DO RIO ITAGUARÉ, BERTIOGA, SP.
Anderson Lourenço da Silva 1
Fernanda Barriviera Miluzzi 1
Gilberto Chiantelli Ferreira 1
Juliana Garcia da Silva 1
Carlos João David 2
Eduardo Ren Mizuno 3
1. Universidade Nove de Julho - UNINOVE
2. Prof. Dr./Orientador - Depto. Ciências Biológicas - UNINOVE
3. Prof. MSc./Co-orientador - Depto. Ciências Biológicas - UNINOVE
INTRODUÇÃO:

A região de Itaguaré, em Bertioga, é uma das últimas áreas ambientalmente conservadas do litoral paulista, e especialmente, da Baixada Santista que é considerada uma das mais impactadas do litoral brasileiro. Em Itaguaré, a praia, o  mangue e a restinga ainda encontram-se com o aspecto selvagem, o que torna importante o conhecimento da sua biodiversidade, para então se pleitear a transformação desta região em uma APA (Área de Preservação Ambiental), face à crescente especulação imobiliária local. O ecossistema manguezal, assim como o estuarino, é considerado berçário natural para a fauna marinha. Tem um papel vital para o sustento de uma vasta gama de espécies devido a sua rica produção de matéria orgânica, promovendo uma das teias alimentares mais produtivas do planeta, de maior importância para o equilíbrio ecológico e comercial. O presente estudo elabora um inventário da distribuição floristica no manguezal do Rio Itaguaré, Bertioga.

METODOLOGIA:

Realizou-se a amostragem através de transecto transversal ao mangue, com 3 pontos amostrais com 100 m2   (ponto A, no início do bosque, B no meio e C ao final do bosque, próximo à restinga), posicionados ao longo do transecto (a 23°46'28,8" S e 45°58'08,7" W, no início do perfil em A). Efetuou-se a identificação florística das espécies e medição de altura e diâmetro à altura do peito (DAP) dos espécimes.

RESULTADOS:

O número de indivíduos, altura e DAP médios, respectivamente, para Laguncularia racemosa (La) no Outono, foram: A (30,  4,2 e 9,3), em B (15, 13 e 12) e C (6,  4,5 e 18). Na Primavera: A (52, 3 e 7,1), em B (8,  4,7 e 17,5) e C (3,  4,4 e 21,7). No Verão: A ( 52,  2,8 e 6,2), em B (21,  3,7 e 16,6) e C ( 7,  3,4 e 19,7). Para Rhizophora mangle (Rh) no Outono, foram: A (2,  2,1 e 5,5), em B (12,  5,9 e 18) e C (8,  6,4 e 19,3). Na Primavera: A (2,  2,2 e 5,5), em B (16,  4,3 e 19,2) e C (24,  4,1 e 17,9). No Verão: A (2,  2,3 e 5,5), em B (16,  4,4 e 21,4) e C (14,  4,3 e 16,4). Não houve a identificação no período de Inverno, devido a condições meteorológicas desfavoráveis.

CONCLUSÃO:

Observa-se que o número de indivíduos de La apresenta forte redução ao longo do perfil, de A para C e inversamente Rh apresenta valores menores em A e maiores em B e C. Ambas as espécies apresentam incremento na altura e no DAP em B e C. É interessante notar a total ausência de Avicennia schaueriana nesse bosque. A variação sazonal não apresenta diferenças importantes.

Palavras-chave: Manguezal do Rio Itaguaré, (Laguncularia racemosa) e (Rhizophora mangle), Biologia da Conservação.