62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
PROFISSÃO DOCENTE E A QUESTÃO DO GÊNERO
Mírian Marques da Silva 1
Edalma Ferreira Paes 2
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia-IFF Campos
2. Prof.ª Mestre/Orientadora - IFF Campos
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho tem como objetivo contextualizar a identidade feminina à profissão docente. A identidade é marcada pela diferença, por símbolos, sendo assim a construção da identidade é tanto simbólica quanto social. A identidade diz aquilo que somos, como vivemos e como nos comportamos diante de outros sujeitos que compõe uma sociedade como, por exemplo, ser professora e mulher, ou seja, se identifica com a identidade "professora" e com a identidade "mulher". Observando o gênero que está mais presente em sala de aula, podemos constatar que a mulher continua sendo a maioria no magistério. Será pelo instinto materno e consequentemente a artimanha que a mulher tem para lidar com as crianças ou discriminação social limitando os espaços de sua atuação com novas possibilidades para o mercado de trabalho? A desvalorização do trabalho docente está atrelada ao predomínio do gênero feminino no magistério?
METODOLOGIA:
Para realizar este trabalho foram aplicados questionários para quarenta e nove licenciandos do último período de licenciatura em Ciências da Natureza e Geografia da Instituição Federal Fluminense (IFF) e de Artes Visuais da Faculdade de Filosofia de Campos (FAFIC). Este trabalho é um recorte da pesquisa "O impacto do estágio na construção da identidade dos docentes em formação". O primeiro momento deu-se a partir de revisão bibliográfica seguida de elaboração de questionário. Foi realizado um pré-teste com um grupo de licenciandos do Instituto Federal Fluminense e em seguida foi aplicado para os estagiários das instituições acima. No momento seguinte as respostas dos questionários foram tabuladas e analisadas sendo fundamentada com o aporte teórico realizado no momento inicial.
RESULTADOS:
A presença feminina na prática docente ainda prevalece, conforme resultado obtido na pesquisa em questão. Do total de respondentes, 71% são do sexo feminino. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, o censo demográfico 2000 apontou que o Brasil tem seiscentos e trinta e nove mil e novecentas pessoas graduadas em Educação, sendo cinquenta e sete mil e novecentos e setenta e quatro do sexo masculino e oitenta e um mil e novecentos e vinte seis do sexo feminino, afirmando assim que a docência realmente é marcada pela feminilidade. A professora desempenha em sua profissão o papel de professora e de mãe dos seus alunos, e esse duplo papel que a professora exerce contribui para a construção de identidade feminina. O descaso da profissão docente por parte das autoridades, faz com que a sociedade também desvalorize esta profissão, podemos observar essa situação quando perguntam para um professor: Qual a sua profissão? Muitos desviam, por exemplo, se ele é licenciado em Geografia, ele é professor de geografia, mas muitos preferem se identificar como Geógrafos, negando sua verdadeira identidade, que é a de professor. Ao definir qual identidade pertencemos, não é inocente, por traz tem sempre uma relação de poder e interesse, até mesmo de incluir ou excluir.
CONCLUSÃO:
Este trabalho mostra que a identidade feminina esta presente no magistério e o quanto esta profissão é importante para a formação de cidadãos. E que a desvalorização da docência é um fato, mas que não deve ser ignorado pela sociedade e que a mudança para revertemos este quadro depende de nossas atitudes. Estabelecer fronteiras entre a identidade da profissão docente feminina e da masculina torna-se complexa, pois cada vez mais a mulher está conquistando seu espaço na sociedade, porém é na docência que a mulher tem se destacado. As questões conjeturadas neste artigo são pontos de partidas para reflexões posteriores, e a busca para aprofundar nesta temática à procura de respostas dos assuntos que ainda não temos ou ignoramos.
Instituição de Fomento: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - IFF Campos - PIBIC
Palavras-chave: Identidade feminina, Desvalorização docente, Diferença.