62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
A APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Julianne Maria no Nascimento Tavares 1
Betânia Maria Cordeiro de Lima 1
Ivonete Santos da Silva 1
Maria do Socorro Barreto Campelo 2, 1
1. Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA
2. Prof.ª Espec./Orientadora
INTRODUÇÃO:
A concepção de escrita como um produto cultural é uma forma de perceber o aprendizado da leitura e da escrita vinculado a realidades concretas na vida do educando. A aprendizagem da alfabetização e do letramento está relacionado à maneira como os diversos gêneros textuais circulam socialmente, e como são trabalhados pelos docentes na sua prática social. A presente pesquisa buscou trabalhar leitura e alfabetização de forma contextualizada, destacando como teóricos: Soares, 1998; Cunha, 2002; Fernandez, 2008; Morais, 2007; Tfouni, 2004 entre outros. Isso porque a dinâmica das habilidades da leitura e da escrita mostram que o ideal é alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, em que o indivíduo se torne, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado. Sendo assim, o referido estudo tem por objetivo analisar como se desenvolve a aprendizagem no processo de alfabetização e letramento no primeiro ano do primeiro ciclo do Ensino Fundamental I, observando a prática pedagógica dos docentes. A relevância desse estudo é destacar a importância da alfabetização quando as crianças usam a leitura e a escrita para a execução das práticas que constituem sua cultura, efetivada a partir da formação do sujeito crítico
METODOLOGIA:
A pesquisa sobre o processo de aprendizagem da alfabetização e do letramento surgiu a partir dos estudos teóricos realizados pelo grupo durante os primeiros períodos do curso de Pedagogia da referida Universidade. Relacionada a uma concepção de aprendizagem construtivista, buscou-se compreender a prática social do professor para a concretização do aprendizado. Além das pesquisas bibliográficas também foram realizadas leituras de artigos e revistas científicas. Logo em seguida, foram definidos os locais onde seriam realizadas as entrevistas e as observações com os profissionais da área de educação. A escolha de três escolas da rede municipal da Região Metropolitana do Recife (Recife, Igarassu e Camaragibe) ocorreu a partir da possibilidade de realizar as observações do trabalho de campo e das entrevistas, onde cerca de dez professores, que atuam em turmas do primeiro ano do primeiro ciclo (Ensino Fundamental), aceitaram participar das entrevistas. No momento seguinte, a leitura dos Projetos Políticos Pedagógicos, de cada escola, buscou analisar a questão do letramento e da alfabetização. Após os resultados obtidos, o grupo fez um paralelo entre a teoria e a prática, onde procurou destacar a importância do papel do professor para esse momento da aprendizagem da criança
RESULTADOS:

A pesquisa apresenta uma abordagem compreensiva e de explicativa sobre as observações realizadas nas Escolas. Em relação à diferença entre alfabetizar e letrar, seis professores disseram saber a diferença, já quatro professores colocaram que não sabiam diferenciar. Porém, na prática, os educadores compreendem a alfabetização como codificação/decodificação, trabalhando a língua de uma forma descontextualizada (sílabas e palavras soltas). Sobre as metodologias adotadas, apenas um professor realiza o letramento, os demais demonstraram uma visão tradicional ao trabalhar a alfabetização. Na questão dos gêneros textuais, todos os professores confirmaram que trabalham com textos, mas no decorrer das observações verificou-se predominantemente trabalhos com quadro branco. Em relação à direção das escolas, o processo de alfabetização e letramento foram apontados como fundamentais para a aprendizagem do educando, enfatizando os cursos de capacitação e a contemplação na política pedagógica para diminuir o índice de analfabetismo. É importante destacar que os gêneros textuais, quando trabalhados de forma adequada, permitem o crescimento pessoal do sujeito, já que são fenômenos históricos que estão totalmente relacionados à sua vida cultural e social.

CONCLUSÃO:
O que pode ser constatado é que a aprendizagem no processo de alfabetização e letramento ocorre de forma fragmentada e descontextualizada, onde ficou evidente que os profissionais da área de educação percebem a alfabetização desvinculada do letramento. Na maioria das salas de aula observadas, percebeu-se que predominam noções e ações que privilegiam a apropriação do código escrito tais como: a memorização, a repetição e a cópia. É importante colocar que os educandos devem ser habilitados a usarem os conhecimentos da leitura e da escrita para as coisas úteis da vida, sendo competentes em todos os usos da linguagem oral e escrita na sociedade atual, servindo de arma de defesa na luta pelo respeito aos direitos humanos e da cidadania. Portanto, a prática social da maior parte dos professores observados precisa ser reavaliada sobre a questão da alfabetização e do letramento. Isso porque através de cursos de capacitação e de reciclagem, assim como, da qualificação profissional; e através de mudanças de concepção política sobre a aprendizagem da alfabetização e do letramento, é possível formar leitores críticos.
Palavras-chave: Letramento, Prática alfabetizadora, Leitores críticos.