Ao longo da história, vê-se uma busca constante pela verdade do conhecimento. Desde os gregos inferi-se esta busca das artes e livros escritos. Entretanto, a busca pelo conhecimento verdadeiro se mostra mediante etapas de um caminhar lento e árduo. Esta busca começaria pela auto-consciência, pela consciência do "eu" e seu estado perante o mundo. A mesma, trilha um caminho rumo à doença, uma certa angustia que faz do homem um conflito andante. Em busca do entendimento deste momento conflitante, são utilizados escritos pertencentes à autores e estudiosos de textos clássicos  entremeados de existencialistas. Onde este desespero da finitude e falta de completude do ser, não só, é uma questão extremamente polêmica, como de difícil compreensão, tornando complicada a adequação de conceitos. Assim, em uma tentativa de captar a essência do tema, serão utilizados, entre outros, o conceito do trágico no interior da literatura trágica grega e das situações-limite nos textos de Karl Jaspers.

Uma revisão reiterada de textos relacionados ao tema, seguida do fichamento de textos selecionados através da pesquisa dos assuntos conexos, os foram aprofundados através de discussões e analisados a parir de diferentes pontos de vista. Após as discussões e delimitação mais profunda da estrutura do artigo a ser produzido, seguiu-se uma seqüencia de textos preliminares, que comentados foram progredindo até o texto final o qual seguirá com atualizações até o relatório final.

Angustia que provêm das possibilidades, desespero da inevitabilidade de nossas misérias enquanto seres finitos. Sentimento que coloca o homem diante de si mesmo, anunciando uma ruptura necessária, a escolha para realizar o próprio eu. Ao se entender que este conhecimento passa também pela consciência, percebe-se a existência de uma escolha a ser feita. Ser consciente e doente em sua consciência, ou ignorar-se na esperança de esquecer o desespero. Faz parte da literatura humana aquilo que persegue sua mente, tanto em Dostoievski quanto na literatura trágica grega, esta consciência de uma perdição do homem, faz as vezes de filósofo ao falar de consciência/conhecimento da verdade. A literatura trágica grega tem como grande requisito do "trágico", o ser humano nobre que ruma para a desgraça e o desespero, que mediante sua queda de um alto posto, enxerga a característica de principal importância para a hipótese de surgimento do "eu" na antiguidade, a necessidade de consciência. A investigação a respeito do "eu" reflete a busca do ser humano pelo auto-conhecimento. É a exigência de resposta, partindo da necessidade de clareza, que o homem vai tomando consciência dos limites que o cercam, de que o sentimento do absurdo é apenas o fundador de uma longa conversa entre mundo e homem.

O ser humano tem hábitos, confusões, muitas vezes não saudáveis, entretanto, ao se fechar em um mundo onde tudo parece perfeito nos dá a certeza de um falso construído. Somos criados para superar obstáculos, para que mesmo em meio a consciência dos males que nos cercam possamos ter escolhas em razão de nossa existência. Partindo da tomada de consciência, seja ela aceita como absurdo ou situação-limite, o ponto principal de analise é saber as providências tomadas a partir do fato, entender a decisão tomada pelo homem. Percebe-se nesta pesquisa ainda introdutória, que o conceito de "desespero", assim como o sofrimento percebido em algumas tragédias, pode adquirir diferentes significados. Pode-se dizer então, que tanto a Tragédia em si, quanto o sofrimento, são considerados conceitos extremamente carregados de significações. O ser humano age em desespero sem ter exata noção do que procura. É uma busca pelo conhecimento mais profundo [o motivo da existência], mas inicialmente o possível de conhecer é nossa própria natureza, para então fazer desta consciência de si, um conhecimento maior.