62ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil |
A VAQUEJADA NORDESTINA SOB O OLHAR DE PIERRE VERGER |
Eduardo Lopes Teles 1, 2, 4 Aaron Sena Cerqueira Reis 1, 3, 4 Antônio Fernando de Araújo Sá 1, 3, 4 |
1. Universidade Federal de Sergipe - UFS 2. Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa em Antropologia - NPPA 3. Departamento de História - DHI 4. Grupo de Pesquisa História Popular do Nordeste - HPOPNET |
INTRODUÇÃO: |
Como repórter fotográfico da Revista O Cruzeiro, Pierre Verger conseguiu registrar em suas viagens pelo Nordeste do Brasil na década de 1940 a multiplicidade cultural dessa região. Daí partiu o Projeto de Pesquisa O Sertão de Pierre Verger, financiado pelo CNPq/UFS, pretendendo reunir e analisar as fotografias do sertão nordestino realizadas por este fotógrafo, etnólogo e historiador franco-baiano. Escolhemos as fotografias relativas aos vaqueiros e vaquejadas captadas por sua Rolleiflex em São Sebastião do Umbuzeiro (PB) e Feira de Santana (BA) como temática para análise neste trabalho. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa bibliográfica para realização do projeto girou em torno das relações entre história e fotografia. As imagens fotográficas foram capturadas principalmente no site da Fundação Pierre Verger e no livro-catálogo O Brasil de Pierre Verger (2006), organizado por Alex Baradel. Em seguida, fizemos a descrição e análise das fotos, partindo do pressuposto de que as imagens são produzidas atendendo aos interesses do fotógrafo e da realidade que está sendo fotografada. Assim, dialogando com as fontes escritas sobre a vaquejada, pode-se perceber parte da história e do cotidiano da vida sertaneja. |
RESULTADOS: |
Dentre as centenas de fotos que foram reunidas sobre o setão do Nordeste, 14 dizem respeito aos vaqueiros e vaquejadas. Em contato que fizemos com a Fundação Pierre Verger sabemos que as fotografias sobre esse "folguedo" totalizam 161 imagens. Destas, 98 fotos são de Feira de Santana (59 sobre o trabalho dos vaqueiros e 39 do gado) e 63 de São Sebastião do Umbuzeiro (59 da vaquejada e 4 da boiada). Notamos que Pierre Verger percebe a Apartação e a Vaquejada como algo que mostra a importância econômica para a chamada sociedade do couro da criação do gado. Ao mesmo tempo, as imagens revelam a dimensão de lazer que envolve os vaqueiros nordestinos nesta prática, homens indômitos na perseguição ao boi brabo, que relembram os cavaleiros medievais com sua armadura de couro. |
CONCLUSÃO: |
Por fim, as imagens dos vaqueiros e vaquejadas de Pierre Verger foram realizadas num contexto em que se debatia sobre o que seria o Brasil, na década de 1940, onde os intelectuais discutiam a questão do "folclore nacional", em busca de culturas desconhecidas e "exóticas". |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científio e Tecnológico - CNPq |
Palavras-chave: Pierre Verger, fotografia, vaqueiros e vaquejadas. |