62ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 5. Teoria e Análise Lingüística
RELAÇÕES ANAFÓRICAS EM TEXTOS ESCOLARES
Jeane Andrade Gomes 1
Ariane Meneses Ribeiro 1
Denise Porto Cardoso 1, 2
1. Departamento de Letras - UFS
2. Profa. Dra./Orientadora
INTRODUÇÃO:
As cadeias anafóricas de textos escolares permitem orientar o professor na elaboração de suas atividades em sala de aula. Os alunos só poderão melhorar seus textos se conseguirem utilizar bem a coesão e a coerência, mas isso só será feito se souberem construir melhor a cadeia anafórica de seus textos, porque a anáfora é um dos aspectos da textualidade que dá suporte ao ensino da escrita. A referenciação, vista como uma atividade discursiva, encontra nas nominalizações e pronominalizações anafóricas uma forte aliada, pois tanto na fala como na escrita, ela constitui um aspecto central na construção do sentido do texto. O estudo se baseou principalmente nas teorias dos Professores Luiz Antônio Marcuschi, Ingedore Koch, Halliday e Hasan em cuja concepção a anáfora se dava na superfície textual como um processo de correferencialidade. A pesquisa tem por objetivo estudar as anáforas nominais e pronominais em produções textuais da rede pública de ensino de Aracaju.
METODOLOGIA:
Os textos dos alunos do 5º Ano e do 8º Ano do Ensino Fundamental, e do 3º Ano do Ensino Médio foram recolhidos em duas escolas públicas, e digitados para que, além de serem analisados pela pesquisa, fizessem parte de um banco de dados, que objetiva disponibilizar os arquivos a outros interessados em estudá-los. A escolha destas séries se deveu a serem elas as séries finais de ciclos de estudo. As pesquisadoras apenas recolheram os textos. Entretanto não se envolveram com suas produções. Cada escola teve dez textos selecionados dos respectivos anos estabelecidos.
RESULTADOS:
Observou-se que os alunos empregam mais as anáforas por correferenciação (aquelas que mantêm por o mesmo referente) em todas as séries de ensino. Foi identificada também uma quantidade considerável de termos repetidos desnecessariamente, além de uma forte marca de oralidade na escrita. Outras modalidades de anáforas são pouco expressivas nos textos analisados. Apesar das carências textuais encontradas, foi observado que, mesmo no quinto ano, existe a presença de anáforas indiretas, que são construções mais complexas. Esse é um dado importante, pois prova que o aluno, nesse período, já tem contato com estruturas desse tipo.
CONCLUSÃO:
A pesquisa demonstrou que muitos textos não correspondiam ao nível de escolaridade do aluno. Estes resultados vêm confirmar que, em termos gramaticais e linguísticos, não tem havido uma prática pedagógica consistente, programada e sistematizada do texto escrito em sala de aula. Dessa forma, espera-se que o trabalho possa servir de base ao professor que busca, constantemente, refletir sobre o ensino da língua materna. Acredita-se que a análise das anáforas possa contribuir para o ensino de Língua Portuguesa, dentro das atividades que envolvam questões relacionadas à produção e compreensão textuais.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Anáforas, Textos Escolares, Análise.