62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
ATIVIDADE EDEMATOGÊNICA DO EXTRATO POLISSACARÍDICO DA CASCA DE Caesalpinia ferrea (JUCÁ)
Juliana da Costa Madeira 1
Maria Gonçalves Pereira 1, 2
Racquel Oliveira da Silva 2
Albertina Antonielly Sydney de Sousa 1
Michele Soares Josino da Silva 1
Ana Maria Sampaio Assreuy 1
1. Instituto Superior de Ciências Biomédicas (ISCB) - UECE
2. FECLESC-UECE
INTRODUÇÃO:
Caesalpinia ferrea, conhecida como "pau-ferro" ou "jucá", é uma árvore largamente distribuída nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, sendo utilizada popularmente no tratamento de ferimentos, contusões, reumatismo e distúrbios gastrointestinais. Experimentalmente, as atividades antiinflamatória e analgésica (extratos de frutos) e antiulcerogênica (extratos da casca do caule) já foram descritas. No entanto, as atividades mencionadas, bem como a ação pró-inflamatória, ainda não foram demonstradas para a casca de C. ferrea. No presente trabalho avaliou-se a atividade edematogênica do extrato polissacarídico da casca de C. ferrea no modelo edema de pata em ratas.
METODOLOGIA:
O pó seco (5g) da casca de C. ferrea foi suspenso em metanol (250mL), homogeneizado e filtrado - procedimento repetido por 2x. O resíduo obtido foi suspenso (250mL, NaOH 0,1M), homogeneizado e centrifugado (3500 rpm, 15min) - extração repetida 3x. Os sobrenadantes da 2ª e 3ª extração foram reunidos, neutralizado (HCl 1M), precipitado com quatro volumes de etanol (4ºC, 24h) e centrifugado. O precipitado foi dialisado contra água destilada, centrifugado e o sobrenadante liofilizado (polissacarídeo total - PLT). O edema de pata foi induzido em ratas Wistar (150-200g), manipuladas sob os princípios Éticos da UECE (nº 09204632-0), pela administração subcutânea (s.c.) intraplantar do PLT (0,01; 0,1 e 1 mg/Kg). O edema foi avaliado por pletismometria, medindo-se o volume (mL) de líquido deslocado pelas patas antes (tempo zero) e após (30min, 1-8h) o estímulo. O controle negativo recebeu salina estéril 0,9% (100μL/100g; s.c.). O edema foi calculado subtraindo-se os valores obtidos nos vários tempos após o estímulo e no tempo zero ou através da área sob a curva -ASC (unidades arbitrárias), sendo os resultados expressos como média ± E.P.M (n=6). A análise estatística foi realizada por ANOVA seguida do teste de Bonferroni, sendo a significância considerada para valores de p<0,05.
RESULTADOS:
O extrato polissacarídico de C. ferrea induziu edema de pata significativo em todas as doses testadas: PLT 0,01 mg/kg (90 ± 12,8), PLT 0,1 mg/kg (86,2 ± 13,1) e PLT 1,0 mg/kg (139 ± 11,1 unidades arbitrárias) em relação ao controle negativo (34,2 ± 6,54 unidades arbitrárias) até a 7ªh. Contudo, esse efeito não se mostrou dose-dependente. O efeito edematogênico máximo foi observado na dose de 1 mg/kg nos primeiros 30 min após administração (0,75 ± 0,05mL), em relação ao controle negativo (0,45 ± 0,04mL). Esses resultados estão de acordo com as evidências da literatura sobre a atividade imunoestimulante de polissacarídeos de plantas.
CONCLUSÃO:
O extrato polissacarídico da casca de C. ferrea apresenta ação edematogênica imediata em ratas. A atividade demonstrada sugere que esses polissacarídeos possam ser explorados em estudos envolvendo o sistema imune.
Instituição de Fomento: FUNCAP, CNPq e UECE.
Palavras-chave: Caesalpinia ferrea, Polissacarídeos, Atividade edematogênica.