62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 6. Ciência Política
SIMPLESMENTE MALEÁVEIS OU INSURRETAS: À RESPEITO DE POLÍTICA, DIREITOS E CRIANÇAS EM MAX STIRNER
Klaus Peter Warkentin 1
1. Departamento de Ciência Política, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
INTRODUÇÃO:
Atualmente, a educação interessa-se pela formação do cidadão responsável, tolerante e com direitos, e todo cidadão é convocado à colaborar e opinar a respeito do melhoramento do mundo. Ao mesmo tempo, os aprisionamentos e controles a crianças, jovens e outros que tem seus direitos confiscados não cessam. Interessada na problematização deste presente, esta pesquisa pretende situar a questão dos direitos enquanto privilégios de obedientes e a importância que é atribuída pelo Estado e a sociedade à educação de crianças com base na aplicação do princípio de maleabilidade.
METODOLOGIA:
Análise das Declarações dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Universal dos Direitos Humanos, da declaração dos princípios sobre a tolerância, do Estatuto da Criança e do Adolescente e do documento-referência do CONAE (Congresso Nacional da Educação) tendo em perspectiva a seguinte bibliografia de referência:
RESULTADOS:
Os direitos são concedidos apenas àqueles que se submetem ao Estado e ao seu projeto, e quando atuam contra ou a despeito deste Ideal, os indivíduos tem seus direitos confiscados, tornando-se passíveis de punição, controle e reeducação; a educação interessa-se atualmente pela formação do indivíduo tolerante, atento e disponível ao melhoramento do mundo de forma pacífica e democrática, ou seja, o indivíduo adestrado e normal que obedientemente manifesta sua opinião.
CONCLUSÃO:
Ao acreditar, entusiasmar-se e preocupar-se com um Ideal, o indivíduo faz-se possesso, condiciona sua existência à serviço daquele modelo e passa a odiar tudo que o fere. Na atualidade, isto se dá, também, pela prática da cidadania e da denúncia. As leis, apresentando direitos, deveres e tolerância, articulam as possibilidades de atuação do cidadão. Voltada para a formação deste cidadão interessado, responsável e policial, a educação articula a pacificação dos indivíduos sob os conceitos de infância e adolescência, articulando tutela e punições, articulando tutela e punições; já não interessada apenas na formação do indivíduo dócil e útil, pauta-se agora na formação do cidadão responsável, interessado num mundo melhor. Neste contexto em que a captura orienta as práticas políticas contra as diferentes resistências, já não se trata mais de contraposicionar-se, mas, ao contrário, trata-se de inventar maneiras de escapar aos controlatos, as identificações, as convocações e, cotidianamente, experimentar novas formas de vida apartadas dos ideais e suas policias, interessando-se pelo presente, pelo gozar e fazer gozar, entendendo-se único, criador e proprietário de cada causa ou saber, e não sua propriedade.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Educação, Crianças, Direitos.