62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
AMPLIAÇÃO DO PROTÓTIPO DE TELESCÓPIO MULTIDIRECIONAL DE RAIOS CÓSMICOS DE ALTA ENERGIA - MUONS: PARTICIPAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO TÉCNICO E DE ENGENHARIA, E ANÁLISE PRELIMINAR DOS DADOS.
Níkolas Kemmecich 1
Alisson Dal Lago 2
Nelson Jorge Schuch 3
Carlos Roberto Braga 4
Lucas Ramos Vieira 5
1. Curso de Física Bacharelado da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
2. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais DGE/CEA/INPE - MCT
3. Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais - CRS/CCR/INPE - MCT
4. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais DGE/CEA/INPE - MCT
5. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais DGE/CEA/INPE - MCT
INTRODUÇÃO:
O objetivo do trabalho é discutir a possibilidade de previsão de tempestades geomagnéticas a partir de estudos de variações na intensidade de raios cósmicos secundários que são contados pelo Detector Multi-direcional de Raios Cósmicos de Alta Energia - muons (DMM - Detector Multidirecional de Muons) que se localiza no Observatório Espacial do Sul - OES/CRS/CCR/INPE-MCT, (29.4ºS, 53.8° W, 480 m a.n.m.).
METODOLOGIA:
O protótipo do DMM foi instalado em 2001 no Observatório Espacial do Sul e posteriormente expandido em dezembro de 2005. O DMM é composto por duas camadas de 28 detectores cada, totalizando 56 detectores (2 x 4 x 7) com resolução temporal de um minuto. O DMM é parte do GMDN (Global Muon Detector Network - Rede Global de Detectores de Muons) e está integrado em tempo real a ela. Utilizam-se dados medidos pelo satélite ACE de plasma e campo magnético e dados de Dst (Disturbance storm time) fornecidos pelo World Data Center for Geomagnetism, da Universidade de Kyoto. Os dados de intensidade de raios cósmicos, do meio interplanetário e Dst, respectivamente classificam o decréscimo de intensidade de raios cósmicos, tipo de estrutura no meio interplanetário e distúrbios geomagnéticos.
RESULTADOS:
Estruturas solar-interplanetárias tais como ejeções de massa coronais interplanetárias (ICMEs) e explosões solares podem causar tempestades geomagnéticas e distúrbios que danificam vários instrumentos tecnológicos. Os danos causados incluem perda de dados em satélites, cintilação de sinal, interferência em radares, perturbação em cabos de telecomunicação, black-out de energia elétrica e riscos à saúde dos astronautas no espaço. A partir de estudos com variações na intensidade de raios cósmicos secundários, gerados pelas colisões inelásticas dos raios cósmicos primários com partículas da atmosfera, percebeu-se que raios cósmicos são dispersos na região englobada pelas ICMEs. Detectores terrestres, de nêutrons e muons, medem a diminuição na contagem de partículas secundárias, tornando-se úteis no estudo de previsão de tempestades geomagnéticas. Dados do DMM tem mostrado a ocorrência de tempestades geomagnéticas na forma de decréscimos de 1% a 10% na contagem de muons, chamado decréscimo de Forbush. Decréscimos são frequentemente observados antes da ocorrência de tempestades, como por exemplo, o decréscimo de cone de perdas.
CONCLUSÃO:
O DMM instalado no Observatório Espacial do Sul - OES/CRS/CCR/INPE-MCT, (29.4ºS, 53.8° W, 480 m a.n.m.), é parte importante de GMDN (Global Muon Detector Network - Rede Global de Detectores de Muons), dados do DMM tem mostrado a ocorrência de tempestades geomagnéticas na forma de decréscimos na contagem de muons. A partir dos efeitos de modulação de raios cósmicos devido a estruturas interplanetárias existe a possibilidade de prever tempestades geomagnéticas usando a rede de detectores de muons GMDN.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.
Palavras-chave: Raios Cósmicos, Detector Multidirecional de Muons (DMM), Tempestades Geomagnéticas.