62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
FITOSSOCIOLOGIA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA NA MATA DE GALERIA DO RIBEIRÃO MONJOLO NA APA DE CAFURINGA, DF.
Leandro de Almeida Salles 1
Manoel C. da Silva Júnior 1
Irving Martins Silveira 1
1. Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília/ UnB
INTRODUÇÃO:
A vegetação do Cerrado é um mosaico caracterizado por extensas formações savânicas as quais são interceptadas por matas ciliares ao longo dos cursos d'àgua. (Eiten, 1994). As Matas de Galeria são formações florestais que acompanham os rios de pequeno porte e córregos dos planaltos do Brasil Central, formando corredores fechados (galerias) sobre o curso d'água (Ribeiro e Walter, 1998). As matas de galeria proporcionam proteção aos mananciais de água contra eventos como a eutrofização e o assoreamento dos cursos hídricos. As matas de galeria também contribuem para o aumento da diversidade de espécies do Cerrado, pois funcionam como corredores de dispersão da fauna e flora, conectando diversas microbacias e bacias hidrográficas, favorecendo, assim, o fluxo gênico (Silva Junior, 2001). O objetivo deste trabalho consistiu em estudar a fitossociologia de uma comunidade arbórea localizada na mata de galeria do Ribeirão Monjolo na APA da Cafuringa (DF).
METODOLOGIA:
A área de Proteção Ambiental de Cafuringa ocupa uma área de 46.510 hectares, e está situada no noroeste do quadrilátero representado pelo Distrito Federal, aproximadamente entre 15°30' e 15°40' Sul, e 47°50' e 48°12' Oeste (Leite, 2005). Segundo a classificação proposta por Köppen (1948), o clima da região é do tipo Aw cujas temperatura média anual e precipitação média anual são 23,6˚C e 1.786mm, respectivamente. A região possui estação chuvosa do mês de outubro até abril, podendo ocorrer algumas precipitações na época seca. Para estudar a vegetação arbórea, foram instaladas 50 parcelas de 10x10m totalizando 0,5 hectares de amostragem, onde foram medidos todos indivíduos com DAP ≥ 5cm. As parcelas foram alocadas sistematicamente, desde as margens do córrego até a borda da mata ao longo da encosta, a fim de capturar a variação da vegetação em relação à distância do córrego e também em relação a distancia da nascente. As dimensões das parcelas foram escolhidas a fim de possibilitar a comparação com outros estudos realizados no Brasil Central (Felfili et al. 2007). Os parâmetros fitossociológicos foram calculados segundo Mueller-Dombois e Ellemberg (1974). Para avaliação da diversidade do local, utilizou-se o índice de Shannon & Wienner e a eqüabilidade de Pielou. A distribuição dos diâmetros foi conduzida com o número de classes e o intervalo de classes calculados de acordo com Spiegel (1976). A abrangência florística foi avaliada pela curva espécie-área (Pellico Netto & Brena 1997).
RESULTADOS:
Foram encontradas 98 espécies em 0,5 ha. Os valores de densidade e dominância foram, respectivamente, iguais a 154 indivíduos/ha e 15,91 m²/ha. As três espécies com maior IVI em ordem decrescente foram Tetragastris altissima (Aubl.) Swart, Copaifera langsdorfii Desf., e Callisthene major Mart.. Os indivíduos mortos representaram 5,4% da densidade total. O índice de diversidade de Shannon & Wienner (H') e a eqüabilidade de Pielou (J') foram, respectivamente, 3,91 nats/indivíduos e 0,85. O índice de Shannon & Wienner é menor do que o valor de 4,25 nats/indivíduos encontrado por Sampaio et al. (1997) em uma Mata de Galeria na Fazenda Sucupira, enquanto que, a eqüabilidade de Pielou foi maior do que os 0,40 encontrados no mesmo estudo.
CONCLUSÃO:
O presente estudo demonstrou que a estrutura da comunidade arbórea presente em um trecho da Mata de Galeria do Ribeirão Monjolo é muito rica em espécies e possui altos índices de diversidade alfa.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Palavras-chave: Fitossociologia, Mata de galeria, Cerrado.