62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DE SINTOMAS FOLIARES EM TRÊS PROGÊNIES INTRAESPECÍFICAS DE MARACUJAZEIRO 'AMARELO' ARTIFICIALMENTE INFECTADAS COM O VÍRUS DO ENDURECIMENTO DOS FRUTOS (Cowpea aphid-borne mosaic virus - CABMV)
Juliana Vieira Almeida Nonato 1
Danilo dos Santos Lemos Filho 2
Antonio Carlos de Oliveira 2
1. Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, Curso de Engenharia Agronômica, UESB
2. Departamento de Ciências Naturais, Curso de Ciências Biológicas, UESB
INTRODUÇÃO:

A cultura do maracujazeiro é uma das que mais cresce dentro do setor frutícola brasileiro, e nos últimos anos vem ganhando impulso em relação à ampliação de sua área cultivada (OLIVEIRA JR. & MANICA, 2006; IBRAF, 2009). A espécie que mais se destaca na passicultura é a do maracujá 'amarelo' (Passiflora edulis sims f. Flavicarpa O. Deg) (SOUZA & MELETTI, 1997) cuja produtividade pode ser afetada por diversos fatores tais como a virose do endurecimento dos frutos, causados pelo CABMV (Cowpea aphid-borne mosaic virus), que ataca folhas causando deformação, mosaico foliar e bolhosidades, e principalmente os frutos causando deformações, redução no tamanho e endurecimento, reduzindo drasticamente a produtividade (MELO, 2007).

Tanto quanto se sabe não há relatos de plantas de maracujazeiro 'amarelo' resistente à virose do endurecimento dos frutos. Desse modo o objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a performance de três progênies intraespecíficas de maracujazeiro 'amarelo' quanto a reação ao CABMV.

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) no campus de Vitória da Conquista, BA.

 Foram utilizadas três progênies intraespecíficas (PS-16, PS-18 e PS-19), arranjadas em delineamento de blocos casualizados (DBC) com três tratamentos (1 tratamento = 1 progênie), três blocos e cinco repetições com dez unidades experimentais cada (1 unidade experimental = 1 planta), totalizando 150 plantas por progênie.

As progênies foram desafiadas artificialmente aos 60 dias após a germinação das sementes com o isolado CABMV 'UESB-9'. As inoculações foram realizadas em duas etapas, a segunda inoculação ocorrendo três dias após a primeira e em quatro folhas ao total, duas folhas por época de inoculação.

Foram realizadas três avaliações [30, 45 e 60 dias após a inoculação (DAI)], mediante mensuração da incidência (porcentagem de plantas infectadas) e severidade de sintomas foliares, esta última determinada através do Índice de Intensidade de Infecção (III), que varia de 0 a 100 (CZERMAINSKI, 1999). A variável Área Abaixo da Curva do Progresso da Doença (AACPD) foi baseada nas observações quinzenais da severidade da sintomatologia foliar da virose.

As análises dos dados dos ensaios ocorreram mediante emprego do software SASM-Agri.

RESULTADOS:

Os resultados médios das avaliações realizadas aos 30, 45 e 60 DAI, referente à AACPD foram 25,92a; 24,20a; 15,33a respectivamente. A variável 'severidade' dos sintomas, não apresentou diferença estatística segundo o teste Tukey a 5% de significância, houve apenas diferença matemática. Considerando que os valores do índice de intensidade de infecção variam de 0 a 100, os valores encontrados até mesmo após 60 DAI foram muito baixos. Na avaliação das progênies MELO (2008) encontrou valores de severidade foliares muito superiores aos apresentados acima.

Os resultados da análise da AACPD não apresentaram diferença significativa entre as progênies, e novamente divergiram dos dados encontrados por MELO (2008).

A análise da variável 'incidência' detectou taxas inferiores a 100%, nas três épocas, somente para o montante de híbridos pertencentes às progênies PS-16 e PS-19, bem como foi possível identificar um montante de plantas dessas duas progênies ainda sem sintomas, constituído de oito e quatro híbridos respectivamente. Esses híbridos mostram-se como bons materiais para o melhoramento genético no que tange a busca de indivíduos resistentes, em campo, ao vírus CABMV.

CONCLUSÃO:

As progênies de maracujazeiro tolerantes ao CABMV (PS-16 e PS-19) se mostraram bons materiais para ser empregado em melhoramento genético para a resistência ao CABMV. Os 12 híbridos assintomáticos até a aos 60 DAÍ serão objeto de futuras novas avaliações/validações.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Endurecimento dos frutos, Passiflora edulis, Resistência.