62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: CONTRIBUIÇÕES DAS ABORDAGENS DE GRUPO
José Pereira Maia Neto 1
Emanuel César Proença Simões 1
Maria Salete Bessa Jorge 1
1. Universidade Estadual do Ceará/UECE
INTRODUÇÃO:

Este trabalho pretende mostrar as contribuições das abordagens de grupo no âmbito da saúde mental, ressaltando que o cuidado possui duas dimensões, a individual e a coletiva, e que essas interagem entre si de modo dinâmico. Dessa forma, os espaços de intervenção coletiva ganham destaque, uma vez que proporcionam a geração de autonomia do usuário e uma maior interação entre esse e o trabalhador de saúde, sendo assim caracterizado como um ambiente de cuidado diferenciado. O estudo é parte de uma pesquisa intitulada "Práticas de abordagens terapêuticas grupais dos trabalhadores de saúde na produção do cuidado em saúde mental - Fortaleza/CE", desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Saúde Mental, Família, Práticas de Saúde e Enfermagem (GRUPSFE) que é vinculado ao Centro de Ciências da Saúde da UECE.  Tem como objetivo contribuir para o entendimento de que o cuidado e a atenção à saúde devem superar o papel funcionalista e individual, na busca por um modelo de saúde mental orientado pela integralidade, resolubilidade e qualidade da atenção à saúde. Entende-se que as necessidades do sujeito que procura os serviços de saúde vão além de suas carências e do consumo de medicamentos, sendo a sua autonomia um dos aspectos de maior relevância dos resultados do trabalho em abordagem de grupo.

METODOLOGIA:

Trata-se de uma pesquisa de natureza histórica social e do tipo qualitativa. Utilizou-se como técnicas de coleta de dados a entrevista semi-estruturada e a observação sistemática das práticas. Constituíram os sujeitos do estudo os trabalhadores de saúde das equipes de PSF da SER III e SER IV do município de Fortaleza-CE. A análise dos dados foi orientada por leitura exaustiva e identificação das categorias nas entrevistas e observações, o que contribuiu para a análise de conteúdo crítica, articulando o teórico com o empírico.

RESULTADOS:

Os resultados revelam que o fluxo está centrado no campo de necessidades e também é determinado pelo projeto terapêutico, tendo a idéia de que o grupo de trabalho suscita movimentação libidinal, exatamente o contrário do que ocorre nos transtornos psíquicos. Existe, também, o compromisso dos profissionais para com o cuidado integral, buscando alcançar o suprimento das necessidades de saúde do usuário em seu contexto territorial e subjetivo.

CONCLUSÃO:

Enfim, os trabalhadores de saúde em Fortaleza/CE, apesar das dificuldades, estão empenhados em desenvolver um trabalho onde a manutenção e apropriação protetora disponibilizam o vínculo significativo do ato de acolher, contribuindo com a consolidação do Sistema Único de Saúde, que busca no cuidado alterar a realidade da saúde mental.

Instituição de Fomento: CNPQ/ MS/ FUNCAP/ PPSUS
Palavras-chave: abordagens de grupo, cuidado em saúde , saúde mental.