62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
EFICIÊNCIA DOS EXTRATOS DE ALHO E AGAVE NO CONTROLE DE Fusarium oxysporum S. EM CONDIÇÕES DE CASA-DE-VEGETAÇÃO
Martival dos Santos Morais 1
Afrânio César de Araújo 2
Marcos Antônio dos Santos Morais 3
Irenalto Augusto Mota Ribeiro 4
Lindomar de Farias Belém 5
Egberto Araújo 6
1. Centro de Ciências Biológicas - UFPE
2. Prof. MSc. - Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias - UFRN
3. Centro de Ciência e Tecnologia - UEPB
4. Faculdades Integradas de Patos
5. Profa. Dra. - Centro de Ciências Biológicas - UEPB
6. Prof. Dr./Orientador - Centro de Ciências Agrárias - UFPB
INTRODUÇÃO:
As propriedades antimicrobianas do alho (Allium sativum L.) vêm sendo estudadas desde a primeira metade do século XX. Foram identificados efeitos positivos de extratos aquosos naturais derivados do bulbo, eficazes em deter o crescimento de colônias de diversas espécies, principalmente de fungos fitopatogênicos. O feijão vagem é uma das principais leguminosas hortículas, sendo adaptada e cultivada em regiões tropicais de baixa altitude, de climas quentes ou amenos e solos areno-argilosos. Esta espécie tem relativa importância em diversos estados e se apresenta em muitas centrais de abastecimento no Brasil. A murcha de Fusário é considerada uma doença de importância nos Estados Unidos e em outros países da América Latina, tais como Brasil e Colômbia. É uma patologia economicamente importante, levando-se em consideração o fato de que os prejuízos causados podem afetar até 80% de uma lavoura. O bioagente patogênico desta doença, o fungo Fusarium oxysporum, é disseminado através de propágulos. Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito dos extratos de alho (Allium sativum L.) e agave (Agave sisalana P.) sobre Fusarium oxysporum S., agente causador da Murcha de Fusário no feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.).
METODOLOGIA:
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Patologia de Sementes em condições de casa-de-vegetação no Setor de Fitossanidade no Departamento de Fitotecnia/Centro de Ciências Agrárias/Universidade Federal da Paraíba (DF/CCA/UFPB), Areia-PB. Foi utilizado o esquema de análise fatorial 2x2x3, com doze tratamentos e quatro repetições, sendo os fatores: dois tipos de solo (estéril e fértil), duas épocas de aplicação dos produtos (pré-plantio e pós-plantio) e três produtos (extratos de agave e de alho a 40 % e água destilada). Foram plantadas 20 sementes em vasos de polietileno, mantendo-se 15 plântulas após o desbaste. Em cada vaso foram vertidos 10 mL de suspensão de conídios na concentração de 12,2 x 10³ conídios mL-1, preparados a partir de colônias de Fusarium oxysporum. Determinou-se a incidência de plantas com sintomas de murcha de fusário. O delineamento experimental utilizado foi o DIC e as médias foram comparadas pelo emprego do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Houve redução na incidência da murcha com a aplicação dos extratos de alho e de agave, o que evidenciou o efeito biocida sobre o patógeno. Os menores valores para incidência do patógeno foram observados nas plantas que se desenvolveram em solo não esterilizado, provavelmente porque a flora microbiana do solo desenvolveu alguma ação antagonista em relação ao Fusarium. Para espécies não patogênicas de Fusarium e outros fungos, bem como rizobactérias presentes em nódulos de raízes do feijoeiro, têm sido demonstradas atividades antagônicas sobre o F. oxysporum. Sendo assim, a existência destes microorganismos pode ter sido efetiva no controle do F. oxysporum. Este controle decorre do rápido crescimento populacional dos integrantes biológicos edáficos ambientais ou específicos de determinada cultura em comparação ao do patógeno.
CONCLUSÃO:
Observou-se em solo não estéril, menor incidência de plântulas afetadas quando tratadas com extratos de alho e agave um dia após o plantio.
Palavras-chave: Defensivos naturais, Murcha de Fusário, Controle agroecológico de doenças de plantas.