62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
EFICIÊNCIA IN VITRO DOS EXTRATOS DE ALHO E AGAVE NO CONTROLE DE Fusarium oxysporum S.
Martival dos Santos Morais 1
Afrânio César de Araújo 2
Marcos Antônio dos Santos Morais 3
Jussiara de Lima Oliveira Araújo 4
Lindomar de Farias Belém 5
Egberto Araújo 6
1. Centro de Ciências Biológicas - UFPE
2. 2. Prof. MSc. - Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias - UFRN
3. Centro de Ciências e Tecnologia - UEPB
4. Faculdades Integradas de Patos
5. Profa. Dra. - Centro de Ciências Biológicas - UEPB
6. Prof. Dr./Orientador - Centro de Ciências Agrárias - UFPB
INTRODUÇÃO:
O uso indiscriminado de defensivos químicos no controle de pragas e doenças agrícolas tem despertado a preocupação de ambientalistas em decorrência dos seus efeitos tóxicos e poluentes. Por outro lado, um grande número de pesquisas tem sugerido, como alternativa para este problema, a utilização de substâncias oriundas de diversas espécies vegetais no controle de fitopatógenos. Ao alho (Allium sativum L.) têm sido atribuídos e comprovados efeitos satisfatórios no combate a patologias de plantas. O presente trabalho objetivou avaliar os efeitos de compostos solúveis de extratos hidroalcoólicos de alho sobre o desenvolvimento in vitro do Fusarium oxysporum S., agente causal da murcha de Fusarium em plantas de feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.).
METODOLOGIA:
O ensaio foi conduzido em esquema fatorial 2x5, com 10 tratamentos e seis repetições, sendo os fatores: extratos de agave e de alho e cinco concentrações (0, 10, 20, 30 e 40 %). Sementes de feijão-vagem foram mantidas em incubação pelo emprego do método de papel de filtro umedecido. A partir de uma colônia desenvolvida sobre uma das sementes, fez-se o isolamento e cultivo do fungo. Em tubos de ensaio, contendo cada um 0,2 mL de suspensões de conídios na concentração de 106 conídios mL-1, foi adicionado 0,1 mL dos produtos nas concentrações preparadas. Foi realizada a contagem do número de conídios germinados e em seguida, o cálculo da percentagem de germinação. Para a avaliação do crescimento micelial (diâmetro da colônia ao 8.º dia), os seguintes procedimentos foram providenciados: o meio de cultura foi autoclavado; durante o processo de resfriamento, foram adicionados os extratos aquosos de alho e agave; esses substratos foram distribuídos em placas de Petri; após a solidificação dos substratos, as placas foram levadas a uma câmara asséptica, sendo "plantado" no centro de cada uma, discos miceliais. as placas foram colocadas em prateleiras, onde permaneceram por oito dias. A medição do diâmetro das colônias em desenvolvimento foi realizada a cada 24 horas.
RESULTADOS:
Os constituintes químicos ativos presentes nos extratos aquosos de alho e agave afetaram o desenvolvimento de F. oxysporum, inibindo ou reduzindo a germinação dos conídios. Com os conídios imersos nos extratos aquosos na concentração de 20 % a taxa de germinação foi inferior a 12 %. A partir dessa concentração dos extratos houve efeito inibidor. No tocante ao diâmetro das colônias ao oitavo dia de incubação, o diâmetro das colônias diminuiu na medida em que se aumentou a concentração dos produtos testados. Em algumas parcelas nas quais foi aplicado o extrato de alho em concentrações de 10 e 20% não houve crescimento micelial. Os efeitos fungicidas, nas concentrações de 10 e 20%, dos extratos de alho foram superiores em comparação com a ação do extrato de agave nas mesmas concentrações. É comprovado que o agave contém substâncias com atividade biocida. Os extratos inibiram totalmente o crescimento das colônias fúngicas nas concentrações de 33,17%, no caso dos extratos de alho e de 37,48% no agave. Como resposta à toxidez ocasionada pelas substâncias presentes no extrato de agave, houve, na colônia a manifestação do quimiotaxismo negativo. O crescimento normal foi alterado, pois as hifas avançaram no sentido vertical sobre o plano do corpo micelial.
CONCLUSÃO:
Os extratos de alho e agave inibiram a germinação de conídios. Na medida em que aumentaram as concentrações dos extratos, o efeito fungitóxico tornou-se mais evidente. Os extratos de alho e agave inibiram o crescimento micelial do fungo.
Palavras-chave: Extratos vegetais, Fitopatologia, Controle agroecológico de doenças.