62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia
INVESTIGAÇÃO DAS ATIVIDADES HEMOLÍTICA E ESPASMOLÍTICA DO EXTRATO METANÓLICO OBTIDO DAS RAÍZES DE Solanum asperum RICH. (SOLANACEAE)
Luciana Oliveira Lima 1
Anne Dayse Soares da Silva 1
Tania Maria Sarmento da Silva 2
Hilzeth de Luna Freire Pessôa 3
Bagnólia Araújo da Silva 4
Fabiana de Andrade Cavalcante 1
1. Instituto de Ciências Biológicas da Saúde - ICBS/ UFAL
2. Departamento de Química/UFRPE
3. Departamento de Biologia Molecular/UFPB
4. Laboratório de Tecnologia Farmacêutica/UFPB
INTRODUÇÃO:

A Família Solanaceae faz parte da grande diversidade de plantas medicinais presentes no Brasil, é usada no tratamento de várias enfermidades e no desenvolvimento de novas pesquisas na Área Farmacêutica. Solanum asperum Rich. compõe as 3.000 espécies pertencentes a esta família, sendo conhecida popularmente como "jussara" e "coça-coça", e apresenta-se como um arbusto ereto, sendo encontrada ao longo da costa, do norte ao sul da América do Sul. Estudos químicos realizados com esta espécie mostraram a presença de solasodina e solaparnaína, flavonoides glicosilados e tilirosídeo. De acordo com o levantamento bibliográfico, Solanum asperum possui atividade moluscicida e anticolinesterásica; além de suas folhas serem usadas na medicina popular para o tratamento de dermatites. O objetivo do presente trabalho foi investigar uma possível citotoxidade (atividade hemolítica) em eritrócitos de ratos e atividade espasmolítica em traquéia e íleo isolados de cobaia do extrato metanólico obtido das raízes de Solanum asperum (SAr-MeOH), uma vez que várias espécies de Solanum apresentam atividade citotóxica e espasmolítica, somado ao fato de que os frutos e as partes aéreas de Solanum asperum já apresentaram efeito espasmolítico.

METODOLOGIA:

Os eritrócitos eram isolados de sangue de ratos machos (200 - 300 g) seguindo a metodologia descrita por Rangel et al. (1997). A hemólise total era obtida com o detergente Triton X-100 a 1% e a percentagem de hemólise resultante do extrato SAr‑MeOH era relativamente calculada nas concentrações de 81, 243 e 500 µg/mL. A hemólise era quantificada por espectrofotometria a 540 nm e expressa em percentagem. Já os tecidos (traquéia e íleo) eram suspensos individualmente em cubas de vidro contendo uma solução nutritiva apropriada (pH 7.4) a 37 ºC e aerados com carbogênio (95% de O2 e 5% de CO2) no qual as contrações isométricas e isotônicas eram monitoradas.

RESULTADOS:

SAr-MeOH causou uma moderada atividade hemolítica (33,8 ± 11,8 %, n = 3), apenas na concentração de 500 μg/mL (p < 0,05). Em traquéia de cobaia, até 500 μg/mL, o extrato SAr-MeOH não apresentou efeito relaxante superior a 50 %, tanto na presença como na ausência de epitélio funcional (n = 3). Diferentemente, em íleo de cobaia, o extrato SAr-MeOH antagonizou de maneira significante e dependente de concentração (1 - 243 μg/mL) as contrações fásicas induzidas por carbacol (CI50 = 43,7 ± 5,6 μg/mL, n = 3).

CONCLUSÃO:

Como o extrato SAr-MeOH não apresentou dano à membrana dos eritrócitos de rato na concentração que apresentou atividade espasmolítica em íleo de cobaia, sugere-se que SAr-MeOH provavelmente apresente baixa ou nenhuma toxicidade quando testado in vivo. Nossos resultados também demosntram que o extrato SAr-MeOH parece conter metabólitos com atividade espasmolítica. Ou seja, assim como os frutos e as folhas, as raízes de Solanum asperum também contêm princípios ativos com atividade em íleo de cobaia.

Instituição de Fomento: PIBIC/UFAL
Palavras-chave: Solanum asperum Rich. , Atividade Espasmolítica, Íleo de Cobaia.