62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 4. Materiais Odontológicos
ANÁLISE IN VITRO DA RESISTÊNCIA DA UNIÃO AO MICROCISALHAMENTO DE DIFERENTES SISTEMAS ADESIVOS SOBRE SUPERFÍCIES DENTÁRIAS APÓS PROCESSOS EROSIVOS
Érica de Andrade Almeida 1
Roberto Sotto Maior de Oliveira 2
Leonardo César Costa 1
Sonia Sotto Maior Fortes Garcia Rodrigues 1
Luciana Andrea Salvio 1
1. Depto.de Odontologia Restauradora , Faculdade de Odontologia - UFJF.
2. Depto.de Odontologia Social e Infantil, Faculdade de Odontologia - UFJF.
INTRODUÇÃO:
Em decorrência das alterações da dieta da população brasileira, especialmente dos adultos jovens. Destaca-se o aumento do consumo de bebidas carbonatadas, as quais podem causar erosão dental quando ingeridas indiscriminadamente. A erosão dental é definida como a perda progressiva e irreversível da estrutura dental sem ação bacteriana. Para a reabilitação dessa estrutura, há a necessidade de, além da intervenção restauradora, o aconselhamento dietético e mudanças de hábitos. No entanto, não se conhece a real interação entre os atuais sistemas adesivos e o substrato dental modificado pelo consumo intenso dessa bebidas de pH ácido. Frente aos fatos apresentados o objetivo do presente estudo foi analisar in vitro a resistência da união ao microcisalhamento de sistemas adesivos convencionais e autocondicionantes sobre a superfície de esmalte e dentina após processos de erosão decorrente de bebida ácida.
METODOLOGIA:
Quarenta incisivos bovinos foram seccionados, incluídos em RAAQ e desgastados até a obtenção de superfícies planas em esmalte e em dentina. Sobre estas superfícies, foi simulado processo erosivo utilizando bebida ácida por 10 dias, 4 vezes ao dia durante 10 minutos. Após, as amostras foram divididas em 4 grupos: G1, grupo de esmalte e G2 de dentina, que tiveram as superfícies hibridizadas com adesivo convencional (Adper Single Bond II - 3MESPE); G3, grupo de esmalte e G4 grupo de dentina, que tiveram as superfícies hibridizadas com sistema autocondicionante (Clearfil SE Bond - Kuraray). Sobre as superfícies hibridizadas, foram confeccionados cilindros de resina composta (Filtek Flow Z350 - 3MESPE) com 2 mm de altura por 0,8 mm de diâmetro. Em seguida, os corpos-de-prova foram armazenados em água deionizada a 37º C por 24h e, então, submetidos ao teste de microcisalhamento na máquina de ensaios universal Emic DL 2000 com velocidade de 1mm/minuto até a fratura.
RESULTADOS:
Os resultados foram submetidos a análise estatística (ANOVA One-way) e as médias comparadas pelo Teste post-hoc Games-Howell. Os grupos G1 e G3 apresentaram os maiores valores médios de resistência da união 11,92MPa (±3,19) e 14,93MPa (±2,86) respectivamente porém diferiram entre si estatisticamente (p<0.05). Já os grupos G2 e G4 apresentaram os menores valores 2,35MPa (±0,69) e 5,50MPa (±1,55) respectivamente e diferenças estatísticas entre si (p<0,05). Os grupos hibridizados com sistema adesivo autocondicionante apresentaram os maiores valores tanto em esmalte quanto em dentina, isso porque a bebida carbonatada pode ter agido como agente pré-condicionante, aumentando a resistência da união. Por outro lado, os G2 e G4 foram prejudicados pela desmineralização excessiva, causadas devido ao baixo pH do ácido fosfórico que é próximo à 0.9.
CONCLUSÃO:
Pode-se concluir que os sistemas adesivos convencionais e autocondicionante atuaram efetivamente sobre o esmalte após erosão, mas em dentina não foi tão eficaz assim devido provavelmente ao "over etching".
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Sistemas adesivos, Erosão, Microcisalhamento .