Por ter uma finalidade moral necessária ao seu tempo, uma época de transformações, ou melhor dizendo, de formações de pensamentos, a tragédia tem um tempo limitado, assim como a obra trágica, segundo Aristóteles, não poderia ser muito longa nem muito curta (mas, sim, inteira), a tragédia se extingue quando há uma outra forma de pensar a sociedade, ou seja, a filosofia. A tragédia é um momento que será superado pela razão. A filosofia conserva da eticidade a definição de idéias que são tomadas como verdades universais. A diferença é que na eticidade, a mesma substância foi dividida em duas partes, uma que toma consciência de si, ou seja, se reconhece na própria sociedade e atua como a lei vigente e a outra que permanece sem se reconhecer efetivamente e permanece escusa da sociedade. A tragédia é uma crítica veemente a essa sociedade de pensamentos opostos e unilaterais, e afirma em sua manifestação que a melhor forma de sociedade é a decisão, o debate público que permite que o outro seja ouvido e que se pondere sobre sua opinião. A filosofia, o entanto, fará a crítica da opinião, mantendo a discussão das idéias propostas, mas deliberando sobre uma verdade soberana.