62ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal

DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE E DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES DE RAÇÕES CONTAMINADAS EXPERIMENTALMENTE COM AFLATOXINA B1 E CONTENDO GLICOMANANO ESTERIFICADO

Édilon Sembarski de Oliveira 1 Fernanda Rodrigues Taveira Rocha 2 Januária Silva Santos 3 Maria Auxiliadora Andrade 4 José Henrique Stringhini 5

1. Acadêmico de Medicina Veterinária, EV/ UFG. 2. Docente do curso de Zootecnia, UEG/GO. 3. Mestrando em Ciência Animal, UFG/GO. 4. Docente do Departamento de Medicina Veterinária, EV/UFG. 5. Orientador, docente do Departamento de Produção Animal, EV/ UFG.

INTRODUÇÃO:

Aflatoxinas são toxinas produzidas por fungos do gênero Aspergillus e causam prejuízos na avicultura, incluindo baixo desempenho, patologias hepáticas e imunossupressão. As aves jovens são as mais afetadas por intoxicação por AFL. Para minimizar os efeitos das micotoxinas em frangos podem-se utilizar aditivos adsorventes, que compreendem suplementos que não são absorvidos e se ligam as micotoxinas de modo a transportá-las parcial ou totalmente para fora do organismo, diminuindo a sua biodisponibilidade e conseqüente absorção pelo trato digestório das aves. Isso diminui o risco de intoxicação para esses animais. Dentre os adsorventes utilizados está o glicomanano esterificado (GME), composto extraído da parede de culturas de leveduras vivas (Sacharomyces cerevisae) que oferece a vantagem de diminuir os efeitos deletérios das micotoxinas na digestão, no metabolismo e no desempenho das aves. Com este experimento, objetivou-se analisar a utilização de aditivo adsorvente a base de GME em rações contendo aflatoxina B1 (AFLB1) na digestibilidade de nutrientes e no desempenho de frangos de corte alimentados com estas rações na fase inicial de produção.

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido no Aviário Experimental da Escola de Veterinária, da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia. Foram utilizados 480 pintos de corte, da linhagem Cobb 500, criados em baterias aquecidas até 21 dias de vida, com água e ração ad libitum. No experimento foram avaliadas rações experimentalmente contaminadas com AFLB1, em quatro níveis, (0; 0,5; 1,0; 2,5 ppm), tratadas ou não com 0,1% de GME. O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 2 com cinco repetições de 12 aves cada. As aves, as rações utilizadas e as sobras encontradas foram pesadas no primeiro, quarto, sétimo, 14º e 21º dias de vida. Para o ensaio de digestibilidade foram coletadas excretas entre quatro e sete dias de vida. Os dados obtidos neste ensaio foram calculados a partir da formula proposta por MATTERSON et al. (1965). A análise estatística foi realizada pelo procedimento GLM do SAS e o teste de Tukey (5% de probabilidade) adotado para comparação das médias.

RESULTADOS:

Os tratamentos contendo GME amenizaram os efeitos da AFLB1 apenas aos quatro dias para ganho de peso, nos tratamentos em que houve a inclusão de 2,5 ppm de AFLB1.Para os sete, 14 e 21 dias o GME não foi capaz de amenizar os efeitos da AFLB1 sobre o desempenho, sendo os tratamentos que continham 2,5 ppm de AFLB1 os que apresentaram os piores: ganho de peso, peso médio e conversão alimentar. O tratamento contendo 2,5 ppm de AFLB1 apresentou os maiores consumos de ração, o que pode ajudar a explicar a maior conversão alimentar desse tratamento. Para os dados de digestibilidade de quatro a sete dias de idade das aves, houve interação significativa entre AFLB1 e GME para digestibilidade, retenção e balanço de extrato etéreo e para consumo de extrato etéreo e de nitrogênio. Entretanto, o GME não amenizou os efeitos da AFLB1 nos tratamentos contendo mais que 0,5 ppm de AFLB1 para esses parâmetros. Os níveis crescentes de aflatoxina não indicaram relação lógica para os dados encontrados como, por exemplo, no trabalho de KERMANSHAHI et al. (2007) que constataram alterações na digestibilidade de proteína e de gordura com redução nesses valores.

CONCLUSÃO:

A utilização de rações contaminadas com AFLB1 interferiu no desempenho e na digestibilidade de nutrientes. O uso do GME nas rações não melhorou o desempenho, mas amenizou efeitos na digestibilidade de nutrientes, principalmente gorduras.

Instituição de Fomento: Fundação de Apoio a Ciência e Tecnologia

Palavras-chave: adsorvente, avicultura, micotoxinas.