62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
EFEITO DA GALACTANA SULFATADA DA ALGA MARINHA Gelidium crinale NA NOCICEPÇÃO INDUZIDA POR FORMALINA
Felipe Porto Fiuza 1
Albertina Antonielly Sydney de Sousa 1
Alana de Freitas Pires 1
Norma Maria Barros Benevides 2
Ana Maria Sampaio Assreuy 1
Maria Gonçalves Pereira 1
1. Universidade Estadual do Ceará
2. Universidade Federal do Ceará
INTRODUÇÃO:
As galactanas sulfatadas são polissacarídeos oriundos de algas marinhas vermelhas (Rhodophyta) que apresentam como açúcar majoritário a galactose. As atividades anticoagulante e antitrombótica de polissacarídeos sulfatados já foram bastante relatadas, já tendo sido descritas também para a galactana de Gelidium crinale. Além destas, estudos mais recentes do nosso laboratório demonstraram o efeito antiinflamatório sobre o edema de pata induzido pelos agentes flogísticos carragenina e dextrana. Contudo, os efeitos desta galactana na nocicepção ainda não foram explorados. Objetivou-se investigar o efeito da galactana sulfatada da alga marinha G. crinale no modelo de nocicepção induzido por formalina em camundongos.
METODOLOGIA:
Utilizou-se camundongos Swiss machos (25-30 g), manipulados de acordo com os princípios do Comitê de Ética em Pesquisa da UECE (protocolo nº 0559924-4). A galactana foi isolada e purificada por cromatografia de troca iônica em gel de DEAE-celulose no Laboratório de Lectinas e Polissacarídeos de Algas Marinhas da UFC. Os animais receberam 20 uL de formalina (2,5% v/v) por via subcutânea na pata direita traseira, 30 min. após a administração endovenosa da galactana (0,1; 1 e 10 mg/Kg). Em seguida, registrou-se o tempo transcorrido (em segundos) em que os animais passavam lambendo as patas durante as fases inicial (0-5 min.) e tardia (15-30 min.), que caracterizam dois tipos de nocicepção (neurogênica e inflamatória, respectivamente). Os resultados foram expressos como média ± E.P.M. (n=8-10), analisados por ANOVA seguido pela correção de Bonferroni, sendo considerados significantes valores de p<0,05.
RESULTADOS:
A galactana inibiu as fases inicial e tardia da nocicepção induzida por formalina nas três doses testadas, de maneira dose dependente. Na fase inicial (neurogênica) os percentuais de inibição foram de 43% (36,3 ± 6,3), 46% (34,0 ± 4,0) e 76% (15,5 ± 2,3) nas doses de 0,1; 1 e 10 mg/Kg, respectivamente, em relação ao controle de formalina (63,3 ± 6,0). Na fase tardia (inflamatória) o efeito antinociceptivo da galactana foi mais pronunciado, apresentando os seguintes percentuais de inibição: 75% (44,1±13,6), 83% (28,9 ± 13,2) e 100% (0 ± 0) nas doses de 0,1; 1 e 10 mg/Kg, respectivamente, em relação ao controle (173 ± 22,3).
CONCLUSÃO:
A galactana sulfatada de G. crinale apresenta efeito antinociceptivo, principalmente na fase inflamatória do teste da formalina. Estes resultados reforçam o efeito antiinflamatório desta galactana.
Instituição de Fomento: UECE, FUNCAP, CNPq
Palavras-chave: Galactana sulfatada, Gelidium crinale, nocicepção.