62ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura |
ASPECTOS SILVICULTURAIS DA GRÁPIA (Apuleia leiocarpa (VOGEL) J. F. MACBR. - FABACEAE) NA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL |
Charles Rodrigo Belmonte Maffra 1 Marcieli Felippi 1 Edison Bisognin Cantarelli 1 Maristela Machado Araújo 1 |
INTRODUÇÃO: |
Nas últimas décadas, com o crescimento populacional e a expansão geográfica da agropecuária, muitas áreas de floresta nativa foram destruídas, fazendo com que inúmeras espécies vegetais se encontrem ameaçadas de extinção. Dentre estas, encontra-se a grápia (Apuleia Ieiocarpa (Vog.) Macbride.), uma espécie arbórea nativa do Rio Grande do Sul, que apresenta porte arbóreo avantajado, podendo chegar até 35m de altura e 100cm de diâmetro a altura do peito (DAP). A grápia é de valor econômico muito significativo, sendo utilizada na construção civil e naval; para decoração de interiores, esquadrias, tornearias, vigas de pontes, carrocerias de caminhões e barris de cerveja. Por apresentar tantas aplicações, a espécie concentra-se no seleto grupo das árvores de madeira valiosa que mais são exploradas em seus locais de ocorrência natural, esse fato, acaba justificando a sua aplicação em estudos que tenham por intuito a formulação e o aperfeiçoamento de técnicas que visam aumentar a qualidade de produção das suas mudas. Neste sentido, o presente estudo teve por objetivo descrever os aspectos silviculturais da grápia (Apuleia Ieiocarpa (Vog.) Macbride.) na região norte do Rio Grande Sul, tomando por base seus aspectos fenológicos, germinativos e emergência de sementes. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi realizado no Município de Frederico Westphalen, RS, no período de julho de 2008 a julho de 2009. Na área de estudo, foram selecionadas 10 árvores matrizes, sendo estas, observadas mensalmente, quanto à época de floração e frutificação. A coleta dos frutos procedeu-se diretamente nas árvores utilizando-se equipamentos de escalagem. Do lote de sementes, foram retiradas amostras para determinação do peso de mil sementes e o teor de umidade, conforme RAS (BRASIL, 2009). Os testes germinativos foram realizados em BOD (25º C ± 3º C), sendo conduzidos em delineamento inteiramente casualizado com oito repetições de 25 sementes cada. Os testes de emergência foram realizados em casa de vegetação, em delineamento inteiramente casualizado, utilizando-se 54 tubetes em quatro repetições. Nos testes foram avaliados respectivamente a Porcentagem de Germinação e de Emergência e os Índices de Velocidade de Germinação (IVG) e Emergência (IVE) de sementes. |
RESULTADOS: |
A floração foi constatada de setembro a dezembro, já a frutificação de novembro a abril, concordando com Reitz et al., (1988), Lorenzi (1992) e Carvalho (2003). Quanto ao peso de mil sementes, este foi de 10.009 sementes/kg, com teor de umidade de 22,4%, concordando com os valores obtidos por Loureiro et al. (2004), de 17.082 sementes/kg e teor de umidade de 14%. O processo germinativo iniciou-se a partir do 8° dia e estendeu-se até o 114° dia após a semeadura, sendo que a porcentagem média de germinação foi de 56,5% com IVG de 2,33. O valor encontrado para a germinação, discorda daqueles encontrados por Magalhães et al. (1985) e Souza et al. (1994), que em trabalhos com sementes de grápia, obtiveram os valores de 29,7% e 13% respectivamente. Quanto ao processo de emergência, este iniciou-se a partir do 12° dia e estendeu-se até o 74° dia após a semeadura, sendo a porcentagem média de emergência de 58,38% com IVE de 4,80. Tanto o valor de germinação como o de emergência, apresentaram-se relativamente altos sem a quebra de dormência das sementes e concordaram com a afirmativa de Popnigis (1977), de que a espécie apresenta germinação natural lenta e desuniforme, devido a dormência tegumentar comum em leguminosas. |
CONCLUSÃO: |
A floração da espécie na região de Frederico Westphalen, no norte do RS, ocorre de setembro a dezembro, frutificando de novembro a abril, tendo a porcentagem de germinação e emergência relativamente média à alta sem o emprego de métodos de quebra de dormência tegumentar, o que pode estar associado a fatores ambientais e genéticos das matrizes selecionadas. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq |
Palavras-chave: Fenologia , Germinação , Emergência. |