62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 4. Produção Animal
CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE BOVINOS RECEBENDO DIFERENTES FREQUÊNCIAS DE FORNECIMENTO DA DIETA
Diego Soares Machado 1
José Henrique Souza da Silva 1
Flânia Mônego Argenta 1
Lucas Braido Pereira 1
Luiz Ângelo Damian Pizzuti 1
Viviane Santos da Silva 1
1. Departamento de Zootecnia- UFSM
INTRODUÇÃO:

No momento atual da pecuária de corte brasileira, a escolha do melhor manejo alimentar é fundamental, pois se reflete no desempenho animal e no retorno econômico para o produtor. Atrelado ao bom desempenho animal, está à produção de carcaças de melhor qualidade, uma vez que, o Brasil possui a posição de maior exportador mundial de carne bovina, portanto, a utilização do confinamento com práticas de manejo alimentar é importante para que o Brasil se mantenha nesta posição. O rendimento de carcaça é uma das formas de comercialização que pode ser utilizada no momento da venda dos animais. O tipo de alimento pode influenciar o rendimento de carcaça, principalmente alimentos com taxa de passagem lenta e poder de enchimento. Da mesma forma, o fracionamento da dieta poderá alterar a taxa de passagem da dieta, modificando o conteúdo gastrintestinal. De acordo com Albright (1993), a freqüência de fornecimento da dieta é um dos principais fatores que modificam a quantidade de alimento ingerido.

Desse forma o objetivo do experimento foi avaliar se a freqüência de fornecimento de volumoso e concentrado afeta as características da carcaça de bovinos de corte terminados em confinamento.
METODOLOGIA:

O experimento foi realizado no Laboratório de Bovinocultura de Corte do Departamento de Zootecnia da UFSM. Utilizaram-se 32 fêmeas cruza Charolês x Nelore com idade média de 4 anos, submetidas a quatro manejos alimentares conforme as freqüências do fornecimento da dieta, que foram as seguintes: 2 V/C - volumoso e concentrado duas vezes ao dia fornecidos em parte iguais, às 8 e às 18 horas; 1 V/C - volumoso e concentrado uma vez ao dia (8 h); 1 V/2 C - volumoso uma vez ao dia (8 h) e o concentrado duas vezes ao dia (8 e 18 h); 1 V/3 C - volumoso uma vez ao dia (8 h) e o concentrado três vezes ao dia (8, 13 e 18 h). O período de confinamento teve duração de 79 dias, sendo 16 de adaptação dos animais às instalações, manejo e alimentação e 63 dias de avaliações. Após o abate em frigorífico comercial, as carcaças foram pesadas e identificadas antes de entrar para a câmara de resfriamento. O resfriamento teve a duração de 24 horas com temperatura entre 0 e 4ºC, onde na seqüência foi obtido o peso de carcaça fria, avaliada a conformação, a maturidade fisiológica, a espessura de gordura subcutânea e efetuadas as medidas de desenvolvimento da carcaça. 

RESULTADOS:

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo proc GLM e as médias comparadas pelo teste "t", em nível de 5% de significância, com o auxilio do pacote estatístico SAS (2001). As freqüências de fornecimento da dieta não promoveram diferença significativa para as características quantitativas da carcaça, discordando de Gibson (1981) que disse haver um melhor desempenho de bovinos alimentados várias vezes ao dia, sendo que esses apresentariam melhor acabamento de carcaça.

Devido principalmente a semelhança entre os tratamentos para o peso de abate (475 kg), o rendimento de carcaça fria das fêmeas utilizadas não apresentou diferença apresentando valor médio de 53,6%, considerado relativamente alto em comparação aos resultados da literatura para essa categoria. A espessura de gordura subcutânea não foi influenciada pelos tratamentos ficando dentro do padrão buscado pelos frigoríficos que é entre 3 e 6 mm.

A conformação foi classificada como retilínea típica, correlacionando-se positivamente com as demais características relacionadas ao desenvolvimento muscular da carcaça. A maturidade fisiológica calculada pelo grau de ossificação das cartilagens não foi influenciada pelos tratamentos, devido à semelhança de idade dos animais utilizados em cada tratamento.

CONCLUSÃO:

As freqüências de fornecimento da dieta não interferem nas características da carcaça de bovinos terminados em confinamento. Logo os resultados apresentados no presente estudo proporcionam uma maior segurança para determinar os horários de alimentação de bovinos confinados, além de evitar o estresse de animais em fase de adaptação as instalações com o fornecimento da dieta, por exemplo, apenas uma vez ao dia.

Palavras-chave: ACABAMENTO, CONFORMAÇÃO, RENDIMENTO.