62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE PARASITOS TECIDUAIS E CIRCULANTES EM LINHAGENS DE CAMUNDONGOS INFECTADOS COM CEPAS DE T. cruzi PERTENCENTES AOS GRUPOS I E II
Joana Vieira Frare 1
Tatiane Marques 1
Gustavo Caetano Silva 1
Gabriel Nogueira Nascentes 1
Eliane Lages-Silva 1
Wendell Sérgio Ferreira Meira 1
1. Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM
INTRODUÇÃO:
Apesar do desenvolvimento tecnológico atual e dos inúmeros trabalhos desenvolvidos sobre a doença de Chagas, muitas indagações a respeito do curso da infecção ainda permanecem não esclarecidas. Este trabalho visou correlacionar a filogenia do T. cruzi e o tropismo tecidual deste, além de comparar os níveis de parasitos sanguíneos entre as cepas e entre as linhagens de camundongos.
METODOLOGIA:
Foram utilizados camundongos das linhagens BALB/c e C57/BL6 inoculados com parasitos das cepas Y e Helena do grupo T. cruzi II - que, de acordo com a literatura é mais virulento, e a cepa Colombiana do grupo T. cruzi I - menos virulento, e uma infecção mista utilizando-se as cepas Y e Colombiana. A parasitemia foi acompanhada diariamente e os animais foram sacrificados em três etapas: fase aguda, intermediária e crônica.
RESULTADOS:
A análise da parasitemia demonstrou que a linhagem BALB/c foi mais susceptível à infecção, pois apresentou parasitemia mais longa e pico significativamente maior que a linhagem C57/BL6 para as cepas Y, Helena e Colombiana. Em relação à infecção mista não foi observada diferença significativa entre as linhagens avaliadas. A cepa Colombiana apresentou um caráter mais agressivo, com maior nível e duração mais longa da parasitemia, quando comparada aos resultados obtidos após infecção com a cepa Y. Após a infecção mista, observou-se um retardo no aparecimento do pico de parasitemia, sugerindo uma provável competição entre as cepas. A análise histológica possibilitou observar lesões mais severas nos tecidos cardíacos, músculo esquelético, bexiga e junções esôfago-gástrica, gastro-duodenal e íleo-cecal provenientes de camundongos BALB/c quando comparados aos camundongos C57/BL6, nos quais apenas o fígado foi mais lesado. Não foi detectada diferença de reatividade no baço em ambas as linhagens testadas.
CONCLUSÃO:

Os resultados confirmaram dados prévios da literatura que demonstraram uma maior resistência da linhagem C57/BL6 à infecção pelas cepas Y, colombiana e Helena, porém quando a parasitemia da infecção mista foi avaliada, não foram observadas diferenças entre estas linhagens. Contudo, a infecção mista apresentou início da parasitemia mais tardio, com níveis intermediários quando comparada às infecções com cepas isoladas. A histologia evidenciou uma menor severidade das lesões detectadas em todos os órgãos avaliados após infecção mista quando comparadas aos dados da literatura referentes às infecções isoladas para ambas linhagens de camundongos estudadas.

Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: chagas, T. cruzi, camundongos.