62ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo

ATRIBUTOS FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS FORRAGEIROS EM UM ARGISSOLO NA REGIÃO CENTRAL DO RS

Henrique Arcego 1 Thomé Lovato 2 Rodrigo Pizzani 1 Rafael Ziani Goulart 1 Rodrigo Luiz Ludwig 1 Paulo Eugênio Schaefer 1

1. Departamento de Solos, Centro de Ciências Rurais/UFSM 2. Prof. Dra/ Orientador-Departamento de Solos, Centro de Ciências Rurais/UFSM

INTRODUÇÃO:

A qualidade do solo e o equilíbrio dos ecossistemas podem ser monitorados pela macrofauna edáfica. O manejo inadequado de solos agrícolas tem proporcionado aumento significativo da degradação dos mesmos. Este cenário é causado por fatores ligados à falta de planejamento do uso do solo e o desconhecimento de práticas conservacionistas. O objetivo deste estudo foi avaliar alguns atributos do solo e identificar e quantificar a macrofauna edáfica existente em diferentes sistemas forrageiros.

METODOLOGIA:

O estudo foi realizado no município de Mata, localizado na região central do Rio Grande do Sul. O solo é classificado como Argissolo Vermelho. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições. Os tratamentos foram: campo nativo (CN), amendoim forrageiro (AF), amendoim forrageiro adubado (AFAD), Tifton 85 (TI), Tifton 85 adubado (TIAD), consórcio amendoim forrageiro e Tifton 85 (AFTI) e consórcio amendoim forrageiro e Tifton 85 adubado (AFTIAD). Em novembro de 2008, realizou-se a coleta de solo e fauna, sendo determinada a densidade do solo (DS), macroporosidade (Map), microporosidade (Mip), pelo método do anel volumétrico, sendo estes submetidos à análise da variância e quando significativos, realizou-se o teste de Tukey a 5%. As avaliações de riqueza e diversidade da fauna edáfica foram realizadas através de coletas de macro e micro organismos, pelo método das armadilhas "PROVID", e estes foram quantificados e identificados. A partir do número de organismos de cada ordem capturado foi obtido o índice de diversidade de Shannon (H) e a riqueza de grupos taxonômicos de cada tratamento.

RESULTADOS:

Em relação à DS, na camada de 0-5 cm, notaram-se os maiores valores nos tratamentos AF, TI e TIAD e os menores valores no CN. Na camada 5-10 cm, as maiores DS foram as dos tratamentos AF e TIAD, sem diferirem das demais. Na camada 10-20 cm, as maiores DS foram obtidas nos tratamentos TIAD, AFTIAD e AFTI, seguidas por AF, TI e AFAD, sendo o de menor valor o CN. Com relação à MIP só ocorreu diferença significativa na camada 0-5 cm, sendo o maior valor no tratamento CN, e menor no AF. Com relação à MAP os tratamentos não apresentaram diferença significativa, estando estes acima de um limite considerado bom para o desenvolvimento radicular. Estudando a fauna do solo pode-se observar que o tratamento com maior riqueza de grupos taxonômicos foi o AFAD e AF (11 grupos) e a menor foi AFTIAD (9 grupos). Segundo alguns autores a presença de leguminosas contribui para o aumento da riqueza. O tratamento que apresentou maior valor para o índice de diversidade de Shannon (H) foi o CN, enquanto o menor valor foi obtido no TIAD. O fato do CN (campo nativo) ser o habitat natural dos organismos estudados, pode explicar a maior diversidade apresentada naquele tratamento.

CONCLUSÃO:

As plantas forrageiras influenciam a densidade do solo, sendo a DS maior nos tratamentos AF, TI e TIAD e menor no CN, na camada 0-5 cm. Menores valores de DS permitem maior infiltração de água, portanto, menor susceptibilidade à erosão. Na camada de 5-10 cm os maiores valores de DS foram do AF e TIAD. A MIP foi maior no tratamento CN, na camada de 0-5 cm, não diferindo nos demais tratamentos e outras camadas estudadas. Contudo, não se observou diferença significativa para MAP entre os tratamentos. Já em relação à fauna do solo os tratamentos onde observou maior riqueza foram AFAD e AF, enquanto a menor riqueza foi observada no tratamento AFTIAD. A maior diversidade foi encontrada no tratamento CN, que é formado pela vegetação nativa da região.

Instituição de Fomento: FIPE/UFSM

Palavras-chave: Forrageiras, Fauna, Densidade.