62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 4. Produção Animal
DESEMPENHO DE BOVINOS DE CORTE ALIMENTADOS EM DIFERENTES FREQUENCIAS DE FORNECIMENTO DO VOLUMOSO E CONCENTRADO
Lucas Braido Pereira 1
Dari Celestino Alves Filho 2
Ana Paula Machado Martini 3
Matheus Weise 4
Flânia Mônego Argenta 4
Viviane dos Santos da Silva 4
1. Acadêmico do Curso de Zootecnia - UFSM - Bolsista FAPERGS
2. Prof. Dr./Orientador - Depto. de Zootecnia - UFSM
3. Acadêmica do Curso de Zootecnia - UFSM
4. Zootecnistas, alunos de Pós- Graduação em Zootecnia - UFSM
INTRODUÇÃO:
Na produção de bovinos de corte busca-se ao máximo a eficiência em cada segmento desse processo. Para tal deve-se ter ciência das necessidades nutricionais e do comportamento dos bovinos para decidirmos pela melhor estratégia de manejo. O uso da técnica de confinamento na terminação de bovinos está consolidada por diversos atrativos, entre eles o controle da resposta animal, todavia algumas variáveis que interferem nessa técnica ainda não são bem conhecidas como a freqüência do manejo alimentar, onde a freqüência, quantidade e horário de fornecimento da dieta, tornam-se importantes nestes sistemas. Os bovinos têm hábitos de ingestão de alimentos específicos, sendo a ingestão matinal um dos mais visíveis em nível de campo ou estabulados. Alguns trabalhos demonstram superior desempenho de bovinos alimentados varias vezes ao dia. Dessa forma, o produtor deve estar atento para a adequação da freqüência da alimentação, uma vez que associada o número de fornecimento, a uma dieta balanceada, podem garantir uma otimização de tempo, ganho de peso e eficiência na exploração de bovinos de corte. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da freqüência de fornecimento da dieta, sobre o consumo de nutrientes e desempenho de bovinos terminados em confinamento.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado no Laboratório de Bovinocultura de Corte do Departamento de Zootecnia da UFSM. Foram utilizadas 16 novilhas e 16 vacas de descarte cruza Charolês x Nelore, com idade média inicial de 20 a 66 meses e peso médio inicial de 338 kg e 432 kg, respectivamente. As categorias foram submetidas a quatro manejos alimentares conforme as freqüências do fornecimento do volumoso e concentrado, que foram os seguintes: 2V/C - volumoso e concentrado 2 vezes ao dia fornecidos em partes iguais (8 e 18 h); 1V/C - volumoso e concentrado 1 vez ao dia (8 h); 1V/2C - volumoso 1 vez ao dia (8 h) e o concentrado 2 vezes ao dia (8 e 18 h); 1V/3C - volumoso 1 vez ao dia (8 h) e o concentrado 3 vezes ao dia (8, 13 e 18 h). O confinamento teve a duração de 79 dias dos quais, 63 dias de avaliações. A relação volumoso concentrado da dieta foi 60:40 com base na matéria seca (MS), misturados no cocho, com o objetivo inicial de atender a exigência de proteína bruta por categoria animal, para consumo estimado de 2,5 kg de MS/100 kg de peso vivo (PV). Fornecimento da dieta foi "ad libitum" com retiradas diárias de sobras para controle de consumo e ajuste do fornecimento. Foram realizadas pesagens e avaliações do escore corporal no final de cada período experimental (21 dias).
RESULTADOS:
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado em arranjo fatorial 4 x 2 (4 freqüências de fornecimento e 2 categorias). Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de significância. Como não ocorreu interação significativa entre manejo alimentar e a categoria animal os resultados serão discutidos apenas para manejo alimentar. Para as variáveis peso inicial e final, escore corporal inicial e final, ganho diário de peso e ganho de escore corporal, não foram verificadas diferenças significativas, todavia 1V/C, 1V/2C e 1V/3C apresentaram superioridade numérica em relação ao ganho de peso, respectivamente de 7,5; 17,5 e 3,3% em relação a 2V/C. Com relação ao consumo diário de matéria seca e conseqüentemente em todas as demais formas de expressar o consumo, 1V/2C e 1V/3C foram significativamente superiores em relação a 2V/C e 1V/C com 11,7; 11,4; 10,6 e 10,7 kg respectivamente. Parte desses resultados provavelmente é decorrente do fracionamento da fração concentrado que permitiu uma menor variação do pH ruminal e uma maior velocidade de passagem pelo trato gastrintestinal. A variação no consumo de matéria seca não foi suficiente para alterar a conversão alimentar onde a resultado médio encontrado foi de 8,35.
CONCLUSÃO:
O aumento na freqüência do fornecimento do concentrado aos animais em duas ou três vezes proporciona maior consumo de alimento. No entanto, não influencia no desempenho dos animais confinados em comparação ao fornecimento de uma vez a alimentação ou o fornecimento do volumoso e o concentrado duas vezes ao dia, revelando-se pratica não recomendada para fêmeas confinadas pois acarretará num aumento do custo operacional que não proporciona respostas eficientes para o desenvolvimento desses animais.
Palavras-chave: Terminação, Fêmeas bovinas, Confinamento.