62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
DETERMINAÇÃO DA DINÂMICA FLORAL DE DOZE GENÓTIPOS DE CANOLA (Brassica napus L. e Brassica rapa L.).
Luciano Schwerz 1
Felipe Gustavo Pilau 2
Evandro Zanini Righi 3
Rafael Batistti 1
Lucindo Somavila 1
1. Curso de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria / CESNORS-UFSM
2. Departamento de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria / CESNORS-UFSM
3. Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria / UFSM
INTRODUÇÃO:
A cultura da canola vem ganhando destaque nas regiões Centro-Sul do Brasil, com avaliação de adaptação e potencial produtivo (Santos et al, 2000; Tomm et al., 2003), exaltando seu uso na produção de biodiesel e na diversificação e geração de renda das propriedades rurais. A determinação da dinâmica floral dessa cultura é de grande importância para o seu planejamento e implantação, favorecendo assim a semeadura em épocas de escape, evitando danos provocados por eventos climáticos adversos, principalmente temperaturas estressantes. Em pleno florescimento, a ocorrência de temperatura do ar superior a 28ºC (STAFF, 2002) ou menor que 0ºC (DALMAGO et al., 2007), afetam negativamente a produção de grãos. Tendo em vista que os genótipos de canola atualmente recomendados apresentam pouca sensibilidade ao fotoperíodo, respondendo mais diretamente ao acúmulo térmico, acima de 5ºC (temperatura base da cultura), objetivou-se determinar a dinâmica floral de doze genótipos de canola (Brassica napus L. e Brassica rapa L.) nas condições climáticas do norte do Rio Grande do Sul, buscando correlacioná-la ao acúmulo térmico.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen, em um Latossolo Vermelho Aluminoférrico Típico (27º23'S, 53º25'O e 461m). A região apresenta clima tipo Cfa conforme classificação de Köppen. Os genótipos de canola avaliadas foram Hyola61, Hyola401, Hyola433, Hyola432, Hyola411, H4815, K9209, I4403, Hyola76, K911, Q6501, Q6503, semeadas em 28/05/2009, num espaçamento de 0,34m entre linhas, com sementes suficientes para atingir uma população de 40 plantas/m2. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completamente casualizados com oito repetições. O início das avaliações aconteceu quando 50% das plantas apresentaram uma flor aberta, finalizando-as assim que as plantas não apresentavam mais flores. A contagem foi efetuada manualmente, três vezes na semana, em duas plantas por parcela. Para determinação dos graus-dia fora utilizado a temperatura base para a cultura da canola de 5°C, bem como a temperatura do ar máxima e mínima diárias, coletados pela estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), distante apenas 400m da área experimental. Para facilitar a visualização dos dados foram criados três agrupamentos quanto ao inicio do período de floração, sendo eles: precoce, médio e tardio.
RESULTADOS:
Os genótipos que apresentaram menor valor de graus-dia acumulado (GDA) para iniciar a floração foram Q6501 e H4815, apresentando a primeira flor aberta quando totalizados 411GDA e 448GDA, respectivamente. Contrariamente, I4403, Hyola73 e K911 somente tiveram o início da floração com o acúmulo de 625GDA. Quanto à duração da floração, o genótipo Hyola433 apresentou um total de 327GDA, ao passo que, para completar tal fase, o Hyola432 exigiu 489 GDA. O pico da floração dos genótipos Q6501, Q6503, H4815 e Hyola411, agrupamento precoce, ocorreram no intervalo entre 625 e 649GDA. Para esse agrupamento a fase de floração teve uma duração média de 376 GDA. Já o agrupamento médio, Hyola432, Hyola433, Hyola401 e K9209, com pico de floração entre os 625 à 678GDA, completando a fase de floração com uma média de 399GDA. Para os genótipos de agrupamento tardio, Hyola61, I4403, Hyola76 e K911 o momento de máxima floração necessitou de 703 à 816GDA, completando a floração com acúmulo médio de 417GDA. O levantamento do número total de flores apontou para um valor máximo de 504 flores por planta no genótipo Q6501, e de apenas 285 flores no H4815.
CONCLUSÃO:
Os genótipos de canola avaliados completaram o florescimento com um acúmulo médio de 397 GDA. Tal escalonamento na emissão de flores acaba por garantir menor risco a eventos climáticos, principalmente geada. Comparativamente, genótipos do agrupamento precoce apresentaram um pico de floração mais pronunciado, o que leva a necessidade de um maior planejamento quanto a sua implantação. Já, agrupamentos médio e tardio, por apresentaram maior homogeneidade na emissão de flores ao longo de todo período de floração, com pico menos acentuado, de certa forma tornam-se menos susceptíveis aos fatores estressantes, reduzindo assim os riscos de perdas produtivas mais acentuadas.
Palavras-chave: Graus-dia, Floração, Canola.