62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 3. Química Analítica
USO DA CASCA DE ARROZ COMO ADSORVENTE NA REMOÇÃO DO CORANTE TÊXTIL VERMELHO REMAZOL 5R
Ediani Paurá Costa 1
Sirlane Aparecida Abreu Santana 1
Cícero Wellington Brito Bezerra 1
Hildo Antônio dos Santos Silva 1
Mário Sérgio Schultz 2
1. Departamento de Química - UFMA
2. Instituto de Química - Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé - UFRJ
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO: A poluição de ambientes aquáticos é um dos problemas mais sérios enfrentados pela sociedade. A indústria têxtil é uma das responsáveis pelo aumento desta poluição, pois os efluentes destas indústrias, se não tratados convenientemente antes de serem lançados em águas naturais, são capazes de atingir reservatórios e estações de água, sendo esta uma preocupação ecológica emergente. Em função dessa problemática, os métodos para a remoção de cor de efluentes industriais têm recebido uma atenção muito grande nos últimos anos. A técnica de adsorção vem se destacando gradativamente, por se tratar de um método eficiente, econômico, e de fácil manuseio, além de em alguns casos, possibilitar a recuperação do material adsorvido e reutilização do adsorvente. A utilização de sub-produtos agrícolas para esta finalidade tem como justificativa o emprego desses resíduos para uma finalidade nobre, que é a recuperação de nossos mananciais hídricos. Assim, nesse trabalho aplicou-se a palha de arroz como biossorvente alternativo para a remoção do corante têxtil Vermelho Remazol 5R de soluções aquosas.
METODOLOGIA:
A casca do arroz foi triturada em moinho de bolas, e em seguida peneirada para obtenção da granolumetria de 0,088 a 0,177. Estas frações foram lavadas com água deionizada até condutividade constante, em seguida o material foi seco em estufa a 50°C. O corante têxtil Vermelho Remazol 5R foi fornecido pela Indústria Toalha de São Carlos, localizada na cidade de São Paulo. Nos experimentos adsortivos, para assegurar a agitação constante, foi empregada uma bandeja de agitação marca MLV. Para a determinação espectrofotométrica dos corantes foi utilizado um espectrofotômetro Shimadzu, modelo UV-Vis 2550. A verificação e controle do pH foram realizadas em um pHmetro PHTEK, modelo pH-100 e para as pesagens uma balança Bioprecisa, modelo FA 2104N, com precisão de 10-4 unidades.Foi verificada a influência do pH, tempo de contato, concentração e temperatura. O estudo cinético foi realizado em duas concentrações (100 e 250 mg/L), variando-se o tempo de 5 a 180 min, com uma massa fixa de adsorvente de 100 mg e em pH previamente escolhido. Uma vez estabelecido o tempo de equilíbrio, foram feitos experimentos em batelada, variando a concentração do corante entre 50 a 700 mg/L. Após o processo de adsorção a concentração de corante na solução foi determinada por espectrofotometria.
RESULTADOS:
O corante adsorveu mais fortemente em pH´s 1 e 2, sendo este último o escolhido para estudos cinéticos e de equilíbrio. Os dados cinéticos indicaram um tempo mínimo de contato de aproximadamente 60 min para que o equilíbrio fosse alcançado. Os resultados foram ajustados aos modelos de pseudo-primeira ordem e segunda ordem. O modelo de segunda ordem resultou no melhor coeficiente de determinação (R2 = 0,999), para as duas concentrações estudadas, com constantes de velocidade de adsorção, k2, de 0,021 e 0,010, para as concentrações de 100 e 250 mg/L respectivamente. Os modelos de Langmuir e Freundlich foram empregados para analisar os dados experimentais em sua forma linearizada. O primeiro modelo apresentou melhor adequação para a adsorção do corante Vermelho Remazol 5R com adsorção máxima de 10,2 mg/g em pH 2,0.
CONCLUSÃO:
Nas condições estudadas a remoção de corantes em soluções aquosas utilizando casca de arroz como adsorvente apresentou bons resultados, podendo este ser empregado como alternativa para o tratamento de efluentes têxteis.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Adsorção, Corante Têxtil, Casca de Arroz.