62ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 1. Administração Geral e Gestão Estratégica |
O PAPEL DO GOVERNO BRASILEIRO NAS ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS |
Felipe dos Santos Fernandes Alves 1 Aline de Cássia dos Santos 1 Belmiro do Nascimento João 1, 2 |
1. Departamento de Administração, FEA, PUC-SP 2. Prof. Dr. / Orientador |
INTRODUÇÃO: |
A participação de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) no cenário de empresas internacionalizadas ainda é pouco expressiva se comparada com a participação das grandes. Para uma MPME, o processo é mais difícil do que para uma grande empresa devido a fatores como falta de capital e falta de estrutura. Nesse contexto, entra o papel do Governo Brasileiro como instrumento de apoio para que essas empresas obtenham sucesso no caminho da internacionalização e assim, contribuam para que as estratégias traçadas por esse Governo também obtenham sucesso. O principal objetivo dessa pesquisa foi de estudar o processo de internacionalização de MPMEs e comparar com as teorias estudadas, além de verificar de acordo com a visão das empresas pesquisadas, o grau de participação do Governo nesse processo. Após realização da pesquisa, identificamos que a maioria das empresas entrevistadas iniciou sua internacionalização conforme a teoria estudada (Escola de Uppsala). Também concluímos que apesar do Governo manter ações e entidades de apoio à exportação e a internacionalização, há ainda a falta de conhecimento dessas iniciativas por determinada parte das empresas. Além dos projetos existentes, há a necessidade de outras ações para o aumento da competitividade das MPMEs no cenário internacional. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi feito em dupla, com a supervisão de um orientador. Foi dividido em duas fases, a seguir: Nos primeiros seis meses de pesquisa o maior objetivo foi de compreender os conceitos principais relacionados à internacionalização como os "Modos de Entrada", o modelo da Escola de Uppsala e os conceitos de distância psíquica, cadeia de estabelecimento e gradualismo. Além disso, essa fase também consistiu no levantamento de ações governamentais em relação ao tema. Na segunda fase, foi realizada a pesquisa com as empresas em si (elaboração de questionários, levantamento das empresas, tabulação e análise dos resultados). Inicialmente foi elaborado o questionário, através de um problema de pesquisa. O questionário final conteve vinte e duas questões, entre abertas e fechadas. Para a realização da pesquisa, foram utilizados sete estudos de caso (minicasos), onde foram realizadas entrevistas com empresas com algum grau de internacionalização. |
RESULTADOS: |
Os resultados da pesquisa mostram que para as empresas entrevistadas, a internacionalização é uma estratégia importante para o seu crescimento, apesar da maioria delas apontarem dificuldades similares. Porém, ao analisarmos a participação das receitas vindas do exterior, elas representam menos de 10% do total das receitas obtidas pelas empresas pesquisadas. Entre os pontos mais citados como inibidores ao processo de internacionalização estão a alta carga tributária, o excesso de burocracia e a falta de preparo das empresas. Ao analisar a utilização de incentivos governamentais ou a participação em projetos de apoio à internacionalização, a maioria das empresas entrevistadas não se utiliza de nenhum. Apenas uma utiliza-se de financiamentos voltados à exportação, oferecidos pelo Banco do Brasil. Porém, apesar de não reconhecerem formalmente, ou não declararem, todas as empresas pesquisadas participam de Vitrines ou Portais na internet mantidos por órgãos governamentais, com o objetivo de facilitar a divulgação dos produtos de empresas brasileiras no exterior. Quando questionadas sobre a escolha dos mercados de entrada, 6 das 7 empresas responderam que o fator mais importante é o "contato do importador", o que demonstra, de certa forma a passividade das MPMEs em relação à sua internacionalização. |
CONCLUSÃO: |
Com base nos resultados obtidos na aplicação do questionário de pesquisa, podemos afirmar que as empresas entrevistadas desejam alcançar novos mercados internacionais e ampliar as vendas no exterior, porém, ainda existem obstáculos que dificultam esse processo. Percebemos também que o governo tem buscado oferecer novos incentivos a questões que envolvam a internacionalização de empresas brasileiras. No entanto, outras medidas precisam ser tomadas para que o acesso das pequenas e médias empresas nesse processo torne-se mais eficaz. Assim, sabemos que é possível que a internacionalização ocorra sem participação governamental. Porém, se as empresas se utilizassem das ferramentas oferecidas pelo Governo Brasileiro para auxiliar nesse processo, talvez a participação ou o grau de sucesso nessa atividade fosse diferente. Além disso, o Governo Brasileiro deve buscar entender outros pontos, como os mencionados pelas empresas nessa pesquisa, com o objetivo de aumentar a competitividade das MPMEs brasileiras. |
Instituição de Fomento: CNPq |
Palavras-chave: Internacionalização, Modos de Entrada, Escola de Uppsala. |