62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 1. Serviço Social Aplicado
UM GRITO POR EQUIDADE: A RESPOSTA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE FRENTE À ANEMIA FALCIFORME
Stela Maris da Silva 1
Sueli Gião Pacheco do Amaral 2
1. Depto. de Fund. do Serviço Social, Pontifícia Univ. Catól. de São Paulo - PUCSP
2. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Fundamentos do Serviço Social - PUCSP
INTRODUÇÃO:

A presente pesquisa analisa as políticas públicas de saúde frente à anemia falciforme, relacionando com o princípio de equidade proposto pelo Sistema Único de Saúde. A anemia falciforme é a doença genética mais comum no mundo da população negra, sem cura. Como a população negra corresponde a quase metade da população brasileira, para este grupo étnico-racial analisar as políticas públicas de saúde significa o cumprimento do princípio da equidade enquanto uma prioridade. A decisão por este tema foi motivada pelo meu desconhecimento a respeito desta doença, considerada um problema de saúde pública. Na pesquisa foi imperioso abordar o conceito de saúde, o SUS com ênfase na equidade, saúde e conquistas da população negra, caracterização da anemia falciforme, programas de saúde voltados para esta doença, demandas da população com anemia falciforme no campo da saúde, assim como articular a ação do profissional assistente social com as políticas públicas de saúde e com questões étnico-raciais.

METODOLOGIA:
 

Para desenvolver esta pesquisa recorri a uma bibliografia com autores renomados na área da saúde, das políticas públicas de saúde, do Serviço Social com ênfase no recorte étnico-racial, revistas, sites e publicação de Conferências. Quanto a pesquisa empírica, realizei entrevistas com pessoas com anemia falciforme residentes no munícípio de São Paulo, participantes ou não de entidades voltadas para a população negra, ou, relacionadas com a referida doença. As entrevistadas possuiam idade entre 27 a 49 anos, e forneceram elementos para uma análise sobre suas vivências, em diferentes momentos da vida.

RESULTADOS:
 

Os resultados desta pesquisa apontaram que existem políticas públicas de saúde voltadas para a anemia falciforme. No entanto, estas não tem contemplado na sua totalidade os usuários. Os sujeitos entrevistados apontaram que profissionais de saúde ainda necessitam de capacitação a respeito da doença. As ações via Estado por meio de políticas públicas de saúde para a anemia falciforme são recentes, assim decorre muitos casos de pessoas que tiveram o diagnóstico da anemia falciforme tardiamente, e, portanto, não tiveram acompanhamento necessário. A doença não afeta apenas o aspecto físico da pessoa, pois há outros fatores que incidem na vida de quem tem anemia falciforme, como por exemplo a discriminação, no trabalho, na família e e em muitos âmbitos sociais.

CONCLUSÃO:
 

Como a população negra hoje representa quase metade da população brasileira, a existência de políticas públicas de saúde que consideram a equidade coloca-se como necessidade, na perspectiva de um atendimento que respeite as especifidades decorrentes das diferentes formas de nascer, viver e morrer. Como a população negra tem se apresentado de forma significativa nas estatísticas demográficas, verificar as politicas sociais voltadas para este segmento populacional é uma prioridade, pois as ações devem contemplar a realidade do país e o respeito pela sua diversidade étnico-racial. Para tanto os profissionais, dentre eles o Assistente Sociais devem estar atentos às demandas sociais que solicitam outras ações, direitos, uma vez que a sociedade é dinâmica.

Instituição de Fomento: Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão - CEPE
Palavras-chave: anemia falciforme, políticas públicas, equidade.