62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
PERFIL DE ESTIRPES DE Xanthomonas ISOLADAS DE SEMENTES DE ARROZ PRODUZIDAS NO BRASIL
Jacqueline Flores Schmitz 1
Valmir Duarte 1, 5
Andréia Mara Rotta de Oliveira 2
Marlove Fátima Brião Muniz 3
Patrícia Souza Teló 4
Marisa Dal Bosco 4
1. Fitossanidade, Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ UFRGS
2. Universidade Estadual do Rio Grande do Sul/ UERGS
3. Universidade Federal de Santa Maria/ UFSM
4. Agronômica, Laboratório de Diagnóstico Fitossanitário
5. Orientador
INTRODUÇÃO:

O Brasil encontra-se entre os 10 maiores importadores mundiais de arroz, o consumo médio do país varia entre 74 a 76 Kg/habitante/ano. Xanthomonas oryzae pv. oryzae (Xoo) e X. oryzae pv. oryzicola (Xol) causam Crestamento Foliar Bacteriano (CFB) e Mancha Estriada da Folha, respectivamente, sendo que o CFB tem sido responsável por perdas de rendimento consideráveis na Ásia e na África. Estas bactérias são consideradas pragas quarentenárias A1 pelo Brasil, pois não ocorrem no país. A importação de sementes, seu principal meio de disseminação, é constante no comércio internacional do Brasil. Nos últimos anos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento interceptou lotes de arroz importados do Uruguai, oriundos da China, Índia e Estados Unidos, infectados com Xoo. Portanto, métodos específicos e confiáveis são essenciais para a detecção desses patógenos, evitando sua entrada. O presente trabalho tem por objetivo a caracterização de Xanthomonas em sementes de arroz produzidas no Brasil e importadas.

METODOLOGIA:

A identificação dos isolados é feita com a obtenção de colônias amarelas, isoladas de amostras (500g) de sementes, através de inoculação em meios de cultura Wakimoto, Watanabe modificado e XOS, estão sendo caracterizadas por testes bioquímicos (Gram, presença de xantomonadina, Oxidação-fermentação, "Biolog Microbial Identification System" (Biolog Inc, Hayward, CA), fisiológicos (patogenicidade em plântulas de arroz, reação de hipersensibilidade em fumo) e molecular (PCR, sequenciamento de DNA ribossomal 16S).

RESULTADOS:

Das 36 amostras de sementes de arroz analisadas, obteve-se pelo menos um isolado amarelo, Gram -, de cada amostra (96 isolados). Destes, 23% continham xantomonadina, típico de Xanthomonas spp. Dezoito porcento apresentaram pigmento que gerou curva atípica e serão confirmados com outros testes. O restante (59%) foi descartado. A existência de duas pragas quarentenárias A1, X. oryzae pv. oryzae e X. oryzae pv. oryzícola, indica a importância da identificação destes isolados encontrados em arroz brasileiro, para verificar a sua identidade, semelhança com tais pragas e evitar confusões nos testes de detecção destas pragas em sementes de arroz importadas.

CONCLUSÃO:

Existem bactérias do gênero Xanthomonas associadas às sementes de arroz, independente da origem ou cultivar.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq
Palavras-chave: Xanthomonas, Epidemiologia, Testes bioquímicos.