A arte funciona como instrumento de expressão. Através de suas diferentes modalidades (visuais, dança, música e teatro) o homem se expressa e desenvolve idéias socioculturais, percepção, cognição, reflexão, prazer, emoção e imaginação, que contribuem, consequentemente, para o desenvolvimento progressivo do pensamento artístico e da capacidade de construir um relacionamento saudável e memorizar fatos, além de facilitar o entendimento de áreas diversas como a de línguas, exatas e humanas. A arte é utilizada em atividades lúdicas como também em educativas. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida. O objetivo desta pesquisa foi analisar o espaço e a influência da arte no âmbito escolar.

O estudo de cunho quali-quantitativo foi realizado por pesquisa de campo, através de questionário semi-estruturado, aplicado a professores do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) de 4 escolas, sendo duas da rede privada e duas da rede pública municipal, na cidade de Muriaé, no período de maio a agosto de 2009. O questionário conteve questões objetivas e discursivas, com o intuito de abordar a formação acadêmica e complementar, regime contratual, carga horária, métodos de ensino das artes e o tempo de profissão do professor; bem como a localização da escola, rendimento e o número de alunos matriculados por sala de aula; além de analisar o envolvimento e o desenvolvimento dos alunos em atividades artísticas e culturais, assim como a freqüência da realização das mesmas. Os questionários foram entregues em cada escola, e foi pedida a autorização por meio do termo de consentimento para aplicação dos mesmos. Os dados foram coletados e compilados, apresentados posteriormente sob forma descritiva de acordo com a fundamentação da literatura pertinente ao referido tema.

Dos entrevistados 56% são das escolas municipais A e B, 44% das escolas particulares C e D. Pedagogia é a graduação comum entre eles. Nas escolas A e B a Educação Artística é obrigatória em um ano, sendo ministrada no 4º, e nas particulares em todos os anos. Nas escolas A, B e D o professor regente ministra a disciplina, na C é o professor graduado na área. 100% consideram a Arte importante para o processo de aprendizagem. No aspecto curso de capacitação na área de Artes, 90% disseram que a escola A nunca promoveu; na B 14% sim; 66% da C e 100% da D responderam que sim. As atividades artístico-culturais mais comuns entre as escolas são teatro, dança e projetos, no entanto, todas as escolas trabalham as datas comemorativas por meio de apresentações artísticas. 27% responderam que a escola A recebe recursos para realizar tais atividades; na B e D 100% responderam não, na C 22% disseram sim e que o recurso é oriundo da família do aluno, enquanto a escola municipal A é da Prefeitura Municipal local. No campo biblioteca, na escola A 90% disseram não ter livros na área de Artes em seu acervo; na B 100% responderam não possuir; C e D 100% responderam possuir. 100% disseram que o aluno desenvolve melhor as habilidades de ensino-aprendizagem quando participa de atividades de artes.

A partir dos resultados encontram-se aspectos que vão de encontro ao que determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece a obrigatoriedade da arte na educação básica: Cap. II, Art. 26, 2º parágrafo - "O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos", no entanto, a Arte não ocupa o mesmo espaço que as outras disciplinas no ensino fundamental; outro fator é a falta de profissional qualificado para exercer trabalhos que não sejam meramente estabelecer atividades de desenhos, como se fossem um momento de distração ou descanso, arte não é apenas desenhar, é ler e reconhecer as intenções de imagens, signos e características culturais, é fazer o aluno ter uma percepção sensível, portanto, devem-se traçar elementos de planejamento do ensino (métodos, estratégias, atividades como leitura e contextualização histórico-social). É necessário que, na ausência de um profissional graduado em Artes, o professor da escola seja capacitado para exercer atividades relacionadas ao conteúdo. Conclui-se que a Arte na educação escolar deve ser considerada uma nova categoria - disciplina de Arte.