62ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 2. Biologia - 3. Biologia Geral

EFEITO DA RADIAÇÃO DE TELEFONES MÓVEIS SOBRE AS CÉLULAS HIPOFISÁRIAS

Luiz Carlos de Caires Júnior 1 Renan Villanova Homem de Carvalho 1 Ernesto Goulart 1 Jair Trapé Goulart 2 José Paulo Rodrigues Furtado de Mendonça 2 Raúl Marcel González Garcia 1

1. Universidade Federal de Juiz de Fora 2. Universidade Federal de São João Del Rei

INTRODUÇÃO:

O sistema de telefonia móvel tem crescido significativamente. Estudos sobre o efeito da radiação emitida por telefones celulares se concentram na possível relação entre o uso destes aparelhos e a ocorrência de tumores e alterações no funcionamento de glândulas. A unidade hipotálamo-hipófise atua de forma coordenada, controlando os sistemas endócrinos. Dentre as proteínas que atuam nas vias de sinalização nas células hipofisárias estão as ERK´s 1 e 2 e isoformas de PKC, centrais nos processos de transdução de sinais. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da radiação emitida por telefones celulares sobre a expressão e atividade de ERK 1 e 2 e a expressão de PKCα.

METODOLOGIA:

Ratos Wistar machos, com 60 dias de vida, foram expostos a ondas de aparelho celular (1800MHz) durante 3 horas, sem interrupções, ou por 3 dias, em intervalos de dois minutos por 25 segundos. As hipófises foram removidas para análise, por Western Blot, da expressão de ERK 1 e 2 e PKCα e da atividade, utilizando anticorpos contra as proteínas fosforiladas, de ERK 1 e 2.

RESULTADOS:

No experimento de 3 horas foi observada diminuição significativa na expressão de PKCα (controle: 39.20 ± 0.6493; tratado: 36.01 ± 0.2714, n= 4, p< 0,05 evidenciado pelo teste t de student), porém, não houve diferença significativa na expressão de ERK 1 e 2 (p>0,05). Com 3 dias de exposição, ocorreu aumento significativo na expressão de ERK-1 (controle: 46.22 ± 0.8843; tratado: 49.70 ± 0.6158, n= 6-5) e ERK-2 (controle: 22.10 ± 2.132; tratado: 29.41 ± 2.066, n= 5-4), e diminuição da atividade destas enzimas nos animais expostos ao aparelho (ERK-1: controle: 47.36 ± 1.824; tratado: 40.33 ± 0.6406, n= 4-6; ERK-2: controle: 86.52 ± 0.7627; tratado: 83.94 ± 0.6197, n= 4-6, p<0,05 para as duas enzimas). Não foi observada variação significativa de PKCα. A radiação emitida por 3 horas não promoveu variação na expressão de ERK1 e 2, porém, ocorreu aumento na expressão e diminuição da atividade dessas enzimas quando os animais foram expostos por 3 dias e suspeitamos que possa estar acontecendo uma resposta compensatória entre os dois estados dessas enzimas. Diante disso, são necessários mais estudos para que possamos entender os efeitos dessa radiação sobre as células hipofisárias de ratos.

CONCLUSÃO:

Os resultados sugerem que a exposição de ratos à radiação de telefones móveis pode alterar as vias de sinalização das quais participam ERK`s e PKC`s e, conseqüentemente, o funcionamento das células hipofisárias.

Instituição de Fomento: CNPq e Fapemig

Palavras-chave: Radiação, Telefones móveis, Hipófise.