62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
EFICÁCIA DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA DOR E NA DIMINUIÇÃO DA ATIVAÇÃO SIMPÁTICA EM PORTADORES DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR CRÔNICA
Ana Paula Fernandes De Angelis Rubira 1
Lucas De Angelis Rubira 1
Everton Almeida de Souza 1
Denise Teodoro Sampaio 1
Rainier Antonio Queiroz Chagas Junior 1
Marcelo Custódio Rubira 1
1. Dep. Fisioterapia -Faculdade São Lucas - FSL
INTRODUÇÃO:
Recursos fisioterapêuticos como terapia por laser de baixa potência (LLLT) são freqüentemente utilizados para tratar vários tipos de dor, incluindo dor muscular localizada na ATM como um dos sintomas mais freqüentes nas DTM. As contrações musculares prolongadas comprimem a ATM produzindo microtraumas na cartilagem articular, no disco e na membrana sinovial ao redor, com conseqüente processo inflamatório e dor. A fibra muscular, quando sofre lesão, sobrecarga ou estresse de repetição resulta em contração muscular exagerada durante período de tempo prolongado, fadiga muscular, isquemia focalizada e anormalidades subseqüentes do ambiente extracelular das miofibrilas, alem de liberação de substâncias algiogênicas, gerando ciclo vicioso caracterizado por elevação da atividade motora e do sistema neurovegetativo, aumentando a sensibilidade à dor. Dois tipos de fibras nervosas musculares aferentes mostraram influenciar nas mudanças cardiovasculares: grupo III fibras aferentes mecanicamente sensíveis e o grupo IV fibras nervosas metabolicamente sensíveis. A permanente influência exercida pelo SNA sobre o funcionamento dos diversos órgãos, aparelhos e sistemas que compõem o organismo humano é essencial para a preservação das condições do equilíbrio fisiológico interno, permitindo que o mesmo exerça, adequadamente, sua interação com o meio ambiente circundante. Qualquer fator que provoque tendência ao desequilíbrio promove, de pronto, respostas orgânicas automáticas e involuntárias que têm por finalidade reverter o processo em andamento e restabelecer o equilíbrio funcional. Essas respostas reguladoras recebem o nome de respostas autonômicas, pois são efetuadas pelo SNA.
METODOLOGIA:
Participaram deste estudo 15 voluntários, 7 homens e 8 mulheres, os com idade média de 27,71±4,72 e 24,61 ± 3,06 respectivamente, portadores de DTM crônica, avaliados pelo RDC/TMD. Após o diagnóstico, foi realizado o eletrocardiograma para análise da variabilidade da freqüência cardíaca e após os grupos tratados com 10 aplicações de laser de baixa potência (AsGa 904, 3 J) em 3 pontos do masseter para analgesia  e reavaliados ao final.
RESULTADOS:
Os valores da dor espontânea em mulheres apresentaram diferenças  significantes do lado direito antes do laser (26,85±26,57 - P<0,04) e lado esquerdo antes do laser (25,37±25,98 - P<0,05); lado direito após o laser (8±9,33 - P<0,005) e esquerdo (7,37±8,65 - P<0,005). Os valores da dor espontânea em homens apresentaram diferenças estatisticamente significantes, lado direito antes do laser (33,00±18,78 - P< 0,004), lado esquerdo antes do laser (32,14±20,94 - P<0,008); e lado direito após o laser (0,57±0,97) e esquerdo (0,71±0,95), no pré e pós tratamento por laser de baixa potência. Na análise da variabilidade da freqüência cardíaca (LF%) em mulheres e homens não houve diferença estatisticamente significante na posição deitada quando comparou-se os valores de antes e pós tratamento por laser de baixa freqüência (antes do tratamento 34,24 ± 9,46 e após o tratamento 33,67 ± 9,37 - P 0,91 em mulheres e 44,36 ± 13,91 antes do tratamento e após 42,76 ± 8,79 - P 0,76 em homens). Na análise da variabilidade da freqüência cardíaca (LF%) em mulheres e em homens na posição em pé não houve diferença estatisticamente significante comparou-se os valores de antes e pós tratamento por laser de baixa freqüência (45,00 ± 18,34 antes do tratamento e após 47,29 ± 15,67 - P 0,64 em mulheres; 61,14 ± 17,53 antes do tratamento e após 48,89 ± 14,21 - P 0,19 em homens). A análise do incremento da variabilidade da freqüência cardíaca (LF%) na posição deitada/em pé monstrou-se estatisticamente significante nas mulheres somente antes do laser (31,52±7,28 / 47,73±16,99 - P<0,029); e nos homens não houve significância estatística antes e após o tratamento com laser (42,76±8,79 / 48,89±14,21 - P<0,44).
CONCLUSÃO:

Concluímos que o tipo de laser e a dosimetria aplicada são eficientes para diminuição da analgesia em ambos os gêneros e da ativação simpática em portadores de DTM crônica em mulheres e que a ativação simpática na DTM crônica é maior em mulheres do que em homens.

Instituição de Fomento: Faculdade São Lucas
Palavras-chave: LASER, ATIVAÇÃO SIMPÁTICA, DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR CRÔNICA.