62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
CULTIVO ORGÂNICO DE CENOURA COM A APLICAÇÃO FOLIAR DE BIOFERTILIZANTE LÍQUIDO.  
Tainara Cristine Ferreira dos Santos 1
Jairton Fraga Araújo 2
Rita de Cássia Barbosa da Silva 3
Magno Bezerra da Silva 4
Jadson Miranda de Oliveira 5
Ana Claudia Barros dos Santos 6
1. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
2. Professor Dr./ Orientador - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB
3. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
4. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
5. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
6. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
INTRODUÇÃO:

A cenoura (Daucus carota L.) pertence à família Apiaceae, do grupo das raízes tuberosas. A produção mundial em 2004 foi de 23,6 milhões de toneladas, numa área plantada de 1,08 milhões de hectares e produtividade média de 21,9 t.ha-1. No Brasil a estimativa de área plantada em 2004 foi da ordem de 27 mil hectares com produtividade média de 29,1 t.ha-1 (CNPH, 2004 apud Resende 2007). O cultivo orgânico de hortaliças tem crescido nos últimos anos, visto os efeitos benéficos deste processo em especial sobre as propriedades físicas e químicas do solo, pelo custo elevado dos adubos minerais solúveis e pela propaganda realizada em torno da produção orgânica de alimentos (Santos et al., 2001). Na produção orgânica o uso de biofertilizantes vem representando uma alternativa para a agricultura por possuírem teores geralmente expressivos de micro e macronutrientes, podendo sua utilização ser feita por via foliar ou via água de irrigação. Segundo Medeiros (2006) os biofertilizantes possuem compostos bioativos, resultantes da biodigestão de substâncias orgânicas de origem animal e vegetal. Este trabalho objetivou avaliar o comportamento de cultivares de cenouras adubadas com biofertilizante na Região do Submédio Vale do São Francisco em sistema orgânico sob irrigação localizada.

METODOLOGIA:

O trabalho foi realizado em Juazeiro - BA, num solo classificado como Neossolo Flúvico, no DTCS/UNEB. Utilizou-se o delineamento blocos ao acaso, com 4 cultivares de cenoura: Brasília, Kuronan, Nantes e Tropical em canteiros de 1,70 m 2, e esquema fatorial 4 x 4. Cada parcela foi composta por 3 linhas e 20 plantas/linha no espaçamento de 25 cm x 7 cm. O preparo do solo para o plantio foi composto de uma aração, uma gradagem e preparo dos canteiros para semeadura direta. A adubação foi feita com base na análise de solo e com recomendação para sistema orgânico de produção, fazendo-se o uso de 36g de torta de mamona/linha, 6g sulpomag/linha e 26g termofosfato/linha sendo que para a de cobertura não utilizou 570g pó de rocha/parcela e não se fez uso termofosfato. Foi utilizada irrigação localizada e capina manual.  A aplicação do biofertilizante como adubo foliar foi feita uma vez por semana até uma semana antes do fim do experimento.  Os parâmetros avaliados ao final do ciclo foram comprimento de raiz (cm), diâmetro de raiz (cm), peso médio (g) e rendimento total (t.ha-1) e rendimento comercial (t.ha-1) de raiz. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente empregando análise de variância sendo as médias comparadas pelo teste de Duncan a 5%.

RESULTADOS:

Para o comprimento das raízes observou-se que a cultivar Tropical apresentou um melhor resultado em termos absolutos com 17,2 cm. Para diâmetro os melhores resultados foram observados nas cultivares Brasília e Tropical com 3,1 cm, em termos de números absolutos. Os resultados relacionados ao peso médio demonstraram que a cultivar Nantes não obteve um bom desempenho quando comparada com as demais cultivares, o mesmo foi observado para o rendimento comercial e total, sendo que a melhor resposta foi observada com a cultivar Tropical com um rendimento de 27 t.ha-1 e 34,7 t.ha-1 respectivamente. Baseado nas instruções técnicas de Vieira et. al (1997), que diz que o mercado consumidor prefere raízes cilíndricas, lisas, sem raízes laterais ou secundárias, uniformes, com 15 a 20 cm comprimento e 3 a 4 cm diâmetro pode-se dizer que as cultivares Brasília, Tropical e Kuronan estariam de acordo com estas exigências, sendo a Nantes a cultivar que não obteve uma resposta tão significativa para a região, quanto às demais em termos absolutos. No que se refere à produtividade o melhor resultado em termos absolutos foi observado com a cultivar Tropical com um rendimento comercial de 27,0 t/ha, o que se assemelha com os dados citados por RESENDE (2007).

 

CONCLUSÃO:

Os resultados obtidos revelaram que as cultivares analisadas apresentaram desempenho semelhante, com diferença significativa apenas para peso médio, onde a melhor resposta obteve-se com a cultivar Tropical, que também apresentou melhor desempenho, em termos absolutos, para comprimento das raízes, diâmetro, rendimento total e rendimento comercial.

 

Palavras-chave: Cultivo orgânico, Daucus carota L, Biofertilizante.