62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
USO DE BIOFERTILIZANTE LÍQUIDO EM GENÓTIPOS DE BETERRABA.
Rita de Cássia Barbosa da Silva 1
Jairton Fraga Araújo 2
Tainara Cristine Ferreira dos Santos Silva 3
Magno Bezerra da Silva 4
Jadson Miranda de Oliveira 5
1. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
2. Professor Dr./ Orientador - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB
3. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
4. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
5. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
INTRODUÇÃO:

A beterraba (Beta vulgaris L.) pertencente à família Chenopodiaceae é uma olerácea largamente cultivada em todo o mundo. No Brasil, as Regiões Sudeste e Sul cultivam 77% do que é produzido (CAMARGO FILHO; MAZZEI, 2002) e a produção é basicamente feita empregando-se o sistema convencional que utiliza fertilizante químico e agrotóxico. Para o pequeno produtor esse gasto com tais insumos pode acarretar num processo de produção de custo mais elevado. Formas alternativas de fertilizantes vêm sendo utilizadas, posto que essas novas tecnologias são de baixo custo, o que pode favorecer o ganho na produção. Um bom exemplo são os biofertilizantes, que possuem compostos bioativos, resultantes da biodigestão de compostos orgânicos de origem animal e vegetal. Em seu conteúdo são encontradas células vivas ou latentes de microrganismos de metabolismo aeróbico, anaeróbico e fermentação e também metabólitos e quelatos organominerais em solutos aquosos (MEDEIROS, 2006). Neste sentido objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de biofertilizante como adubo foliar em quatro cultivares de beterraba submetidas a manejo orgânico.

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido no Campus III da Universidade do Estado da Bahia, solo do tipo Neossolo Flúvico. Foram avaliadas 4 variedades de beterraba: Vermelha Comprida, Early Wonder, Chata do Egito e Itapuã 202 através do delineamento experimental blocos ao acaso com 4 tratamentos e 4 repetições. Para o preparo do solo fez-se uso de aração, gradagem e levantamento de canteiros. As adubações para a cultura, foram realizadas com base na análise química do solo, com uso de torta de mamona, supomag e termofosfato, sendo este último não utilizado na adubação de cobertura. O plantio foi realizado por semeadura direta em canteiros de 1,20 m x 2,20 m x 0,20 m. Cada parcela foi composta por vinte e cinco plantas/linha ocupando uma área total de 69,96 m2. Aos 22 dias da emergência foram iniciadas aplicações semanais do biofertilizante como adubo foliar numa proporção de 2 L de biofertilizante para 18 L de água. Foi utilizada irrigação localizada e capina manual. A colheita ocorreu aos 75 dias após a semeadura analisando: comprimento do tubérculo (cm), diâmetro (cm), largura (cm), rendimento comercial (t. ha-1), peso médio (g), rendimento total (t. ha-1) e o teor de sólidos solúveis totais (ºbrix). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste de Duncan a 5%.

RESULTADOS:

A germinação obteve um percentual de 87,9%. Para comprimento do fruto a variedade Vermelha Comprida apresentou-se mais expressiva com 12,7 cm, enquanto que as outras variedades não diferiram estatisticamente entre si. Quanto ao diâmetro, à variedade que apresentou o resultado mais expressivo foi a Chata do Egito com 8,28 cm, a Vermelha Comprida apresentou o resultado menos expressivo com 5,21 cm e a Early Wonder e Itapuã com 7,44 cm e 7,64 cm respectivamente não diferiram entre si. No rendimento total, em termos absolutos, a variedade Early Wonder apresentou maior produtividade com 22,5 t. ha-1 e a Vermelha Comprida a menor com 16,9 t. ha-1. Já quanto ao rendimento comercial a variedade Itapuã 202 apresentou os maiores valores com 18,5 t. ha-1 mostrando uma possível adaptabilidade às condições climáticas da região do Vale do São Francisco. No tocante a peso médio dos frutos as quatro variedades estudadas não apresentaram diferença significativa entre si, porém as variedades Early Wonder e Itapuã 202 com 22,5 g cada, apresentaram-se superiores as demais em termos absolutos. Quanto ao teor de sólidos solúveis totais, medido em ºBrix, as variedades Chata do Egito e Itapuã 202, com 13,95 º brix e 14,75 ºbrix respectivamente, apresentaram-se com maiores teores de açúcar.

CONCLUSÃO:

O biofertilizante pode ter proporcionado um aumento no comprimento da variedade Vermelha Comprida, no diâmetro da variedade Chata do Egito e no teor de sólidos solúveis totais das variedades Chata do Egito e Early Wonder, porém não proporcionou um aumento significativo na produção de tubérculos. Essa ausência de efeito pode ser atribuída ao aporte inicial de nutrientes via adubação dos canteiros, que pode ter sido suficiente para a beterraba potencializar seu desempenho sob o manejo adotado ou talvez ao fato da área experimental ter recebido aportes de adubos orgânicos nos anos anteriores à instalação do experimento, o que pode ter contribuído para elevar o nível de fertilidade desse solo.

Palavras-chave: Biofertilizante, Beta vulgaris, Agricultura orgânica.