62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
UTILIZAÇÃO DA MANIPUEIRA COMO ADUBO FOLIAR NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATE.
Rita de Cássia Barbosa da Silva 1
Jairton Fraga Araújo 2
Tainara Cristine F. dos S. Silva 3
Magno Bezerra da Silva 4
Nelson Raimundo Gomes Junior 5
1. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
2. Professor Dr./ Orientador - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB
3. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
4. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
5. Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais - UNEB/DTCSIII
INTRODUÇÃO:

O tomate (Lycopersico esculentum Mill) é uma das hortaliças mais cultivadas no mundo, ocupando o segundo lugar em volume de produção, superado apenas pela batata. Originário da América Central é uma espécie da família Solanácea, largamente cultivada, pela importância social, número de empregos que gera direta e indiretamente e pelo valor econômico proveniente do comércio de produtos frescos e industrializados. O uso indiscriminado de fertilizantes sintéticos e de agrotóxicos é freqüente na agricultura brasileira, bem como na cultura do tomateiro. Tais práticas contribuem para o aumento do custo de produção e da contaminação do meio ambiente, comprometendo a saúde dos agricultores e dos consumidores.  A necessidade da redução de custos de produção aliado à necessidade de se produzir mudas de qualidade, tem estimulado pesquisas com a utilização de produtos alternativos como a manipueira, que é um subproduto descartado da mandiocultura e bastante abundante no Nordeste. Objetivou-se com esse experimento avaliar os efeitos da manipueira como fertilizante foliar, com uso de delineamento  inteiramente casualizado com a cultura do tomateiro como planta-teste. Empregando-se a manipueira nas diluições 1:2, 1:3, 1:4 e 1:5, mediante três pulverizações a intervalos semanais.

METODOLOGIA:

O experimento foi desenvolvido na área experimental do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais da Universidade do Estado da Bahia. Foram utilizadas sementes de tomate da cultivar "Caline IPA-6", com hábito de crescimento determinado e ciclo médio de 112 dias pós-transplante. As sementes foram semeadas em bandejas utilizando-se o substrato comercial Plantmax. Após 19 dias da semeadura foi realizada uma pulverização foliar com a manipueira em diferentes soluções aquosas. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualisado com cinco tratamentos e quatro repetições e parcela experimental composta de 33 mudas. Os tratamentos consistiram de: T1 - testemunha, pulverizado com água pura; T2 - 1L de manipueira + 2L de água (1:2); T3 -1L de manipueira + 3L de água (1:3); T4 - 1L de manipueira + 4L de água (1:4) e T5 - 1L de manipueira + 5L de água (1:5).  Realizou-se três aplicações foliares com a manipueira aos 8, 15 e 22 dias após a emergência. Foram feitas análises de comprimento de raiz (CR), altura da parte aérea (APA), número de folhas (NF), massa seca da raiz (MSR) e massa seca das folhas (MSF). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Duncan a 0,05 de probabilidade.

 

RESULTADOS:

A germinação das plântulas iniciou-se no quinto dia após a semeadura com 97,9 % de germinação. Com relação ao NF das mudas foi verificada diferença significativa, na avaliação feita aos 15 dias após a primeira aplicação, destacando-se o T4 com aproximadamente 4 folhas. Já o T2 ocasionou uma redução de 46% no número de folhas, quando comparados aos demais tratamentos apresentando somente 2 folhas. Este evento pode estar relacionado com a elevada concentração de manipueira utilizada, causando um efeito fitotóxico. Para a variável APA aos 8 dias, observou-se diferença significativa (P<0,01) com o T4  resultando no maior crescimento da parte aérea com 7,16 cm e o T2 o menor crescimento dentre os tratamentos com 5,6 cm. Os dados do CR revelaram que aos 8 dias o T3 apresentou a resposta mais expressiva com 10,9 cm, enquanto que no T2 observou-se o valor médio menos expressivo com 6,5 cm. Com relação à MSF foi verificada diferença estatística aos 8 dias após a primeira aplicação com o T5 destacando-se por apresentar-se o mais eficiente com 0,013 g enquanto que o T3 apresentou-se o menos eficiente com 0,0017 g. Para a característica MSR observou-se que o T2 aos 22 dias diferiu significativamente dos demais tratamentos apresentando 0,170 g.

CONCLUSÃO:

Nas condições em que o experimento foi desenvolvido T2 não é recomendado para ser utilizado na produção de mudas de tomate. Enquanto, o T4 contribuiu com o aumento no número de folhas e com o crescimento da parte aérea, e o T3 favoreceu o alongamento do sistema radicular das mudas.

Palavras-chave: Lycopersicon esculentum Mill , Cultivo orgânico, Manipueira.